Os ótimos vinhos encorpados produzidos na região de Châteauneuf-du-Pape

Apesar de muitas pessoas acharem que este é o nome de um vinho, na verdade se refere a uma região produtora do Sul da França; confira boas opções no mercado brasileiro

  • Por Esper Chacur Filho
  • 12/02/2021 10h12 - Atualizado em 12/02/2021 18h16
Divulgação/Esper Chacur Filho vinhos Châteauneuf-du-Pape Importante ressaltar que há Chateauneufs-du-Pape tintos e brancos, sendo ambos com personalidades marcantes

É muito comum ouvirmos alguém pedir em um restaurante: “quero beber um Châteauneuf-du-Pape”. Na verdade, Châteauneuf-du-Pape não é o nome de um vinho, mas sim de uma região produtora do Sul da França. As vinhas localizam-se em torno de Châteauneuf-du-Pape e das localidades vizinhas e cobrem pouco mais de 3.200 hectares. Lá, se produzem cerca de 110 mil hectolitros de vinho por ano, o que é uma quantidade bem considerável. O nome Châteauneuf-du-Pape remonta ao Papa João XXII, que havia construído um castelo nesta localização no século XIV, o que impulsionou o cultivo de videiras. Hoje, existem vinhos procedentes dessa localização criada pelo Clã dos Papas, que leva a menção Terroir Castelpapal. O brasão idêntico ao do Vaticano nas garrafas é uma marca dos vinhos da denominação de origem.

Importante ressaltar que há Châteauneufs-du-Pape tintos e brancos, sendo ambos com personalidades marcantes, porém com uma leveza no paladar e longevos. Antes do crítico de vinhos Robert M. Parker ter começado a promovê-los nos Estados Unidos, os vinhos de Châteauneuf eram considerados rústicos e muito pouco consumidos. No entanto, o seu crescente consumo fez com que os preços quadruplicassem no decurso da última década do século XX. Porém, a qualidade dos vinhos de Châteauneuf-du-Pape não é apenas marketing (longe disso). De fato, são ótimos vinhos, elaborados em excelente terroir, com a dedicação e conhecimento de séculos dos produtores. Em geral, são vinhos encorpados, de cor rubi intenso, densos e levemente frutados.

Um exemplo de vinho que agregou preço pelo consumo e qualidade é o Chateau de Beaucastel, cuja safra 2016 alcançou 97 pontos na avaliação da Revista Wine Spectator, sempre aparecendo na lista dos “Top Ten” da mesma publicação. E não é por acaso que trata-se de um dos mais afamados e consistentes vinhos da apelação Châteauneuf-du-Pape. Um dos poucos que costuma trabalhar com as treze cepas autorizadas. As que dão mais caráter ao vinho são Grenache, Syrah, e Mourvèdre. Sua Cuvée Hommage a Jacques Perrin, elaborada só em safras excepcionais, está na elite dos melhores Châteauneufs, juntamente com Henri Bonneau e Chateau Rayas. Os três são vinhos que estão na casa dos US$ 250,00 no mercado norte-americano ou londrino. São especiais, de verdade. Por aqui, há uma grande variedade de Châteauneuf-du-Pape a disposição no mercado. Recomendo que provem os dos seguintes produtores: Chapoutier, Ogier, La Bernardine, Guigal e Barton & Guestier. Salut!!!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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