Rioja x Ribera

As duas regiões viníferas mais famosas da Espanha são La Rioja e Ribera del Duero; ambas estão ao norte de Madri e são próximas, mas nos entregam vinhos muito diferentes

  • Por Esper Chacur Filho
  • 28/04/2024 07h30
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Arquivo pessoal/Esper Chacur Filho Vinhos Coluna Esper Chacur O respeito ao 'terroir' e a tipicidade do vinho fazem toda a diferença, especialmente quando falamos de produtos de ponta

As duas regiões viníferas mais famosas, especialmente quando falamos de vinhos tintos, da Espanha são La Rioja e Ribera del Duero e, em que pese minha opinião particular a respeito dos vinhos do Priorat, vêm delas os melhores e mais icônicos vinhos espanhóis e, porquê não, ibéricos. Ambas as regiões estão ao norte da capital – Madrid – e são próximas, entretanto nos entregam vinhos muito diferentes.

Em La Rioja, a Tempranillo é a variedade de maior destaque na região, representando 87% da produção das uvas tintas. A segunda mais cultivada é a Garnacha com 8%, e a terceira posição tem um empate, Graciano e Mazuelo (encontrada também como Carignan) com 2%; por seu turno em Ribera Del Duero, também, a uva mais cultivada na região é a Tempranillo, que por lá é chamada de Tinto Fino ou Tinta del País.

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Mas além dessa variedade, outras uvas tintas também são encontradas como a Cabernet Sauvignon, Garnacha, Merlot e Malbec. As regras de vinificação e cortes são diferentes, podendo-se afirmar que, enquanto em Ribera del Duero, hoje a produção se inclina mais para os vinhos de Bordeaux, até abandonando um pouco o terroir da região, em La Rioja temos uma maior fixação ao terroir e seus vinhos têm muito mais tipicidade.

Posto isso, a comparação entre seus tintos é inevitável e, neste diapasão, tive a oportunidade de beber dois ícones, um de cada região, lado a lado. Convidado por fidalgo anfitrião, cujo nome me permito ocultar, e com outros comensais à mesa – muito mais conhecedores que eu – foram abertas uma garrafa de Veja-Sicília Valbuena 5º año (2018) e outra de La Rioja Alta, Reserva 904 (2015), ambas no formato magnum e em temperaturas ideais.

Ambos os vinhos jovens, assevere-se, porém a elegância do riojano saltou ao paladar, exatamente por conta da tipicidade do mesmo. Muito mais elegante e com nariz absolutamente perfeito em suas núncias. O do Duero estava fechado, excessivamente tânico e chegou a atrapalhar a lauta refeição. A conclusão que cheguei é que o respeito ao terroir e a tipicidade do vinho fazem toda a diferença, especialmente quando falamos de produtos de ponta, como são ambos. Vale esclarecer que os dois vinhos têm potencial de guarda e evolução para, pelo menos, 20 anos a partir de agora. Salut!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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