Dei à luz no domingo, e na quarta-feira já estava no Palácio dos Bandeirantes para o lançamento do SOS Mulher

Meu filho precisa de mim, mas eu sei que, se eu não cuidar bem das pessoas e não focar na conscientização da população, meus filhos não serão bem cuidados no futuro; acredito na importância do desenvolvimento da mulher brasileira

  • Por Fabi Saad
  • 08/03/2021 08h00
Reprodução/Instagram/@fabisaad Fabi Saad aponta para o SOS Mulher em sua camiseta Fabi Saad, apresentadora do "Mulheres Positivas", participa do lançamento do projeto SOS Mulher

Hoje, dia 8 de março de 2021, é um dia especial, o Dia Internacional da Mulher. E me propus a trazer uma mensagem especial a todos que acessam o site da Jovem Pan. Acredito que a transformação da sociedade e de um país não é tarefa apenas dos governos, dos partidos e dos políticos. Precisamos ajudar os gestores bem-intencionados e colaborar para a modernização e a eficiência dos serviços públicos. É por isso que decidi por livre e espontânea vontade, sair da maternidade e ir direto ao Palácio dos Bandeirantes lançar o projeto SOS Mulher. Teria todos os motivos pessoais para não estar lá, para justificar minha ausência e cuidar da minha saúde. Dei à luz no domingo, recebi alta na quarta-feira e fui direto do hospital para o Palácio. Meu filho precisa de mim mais do que qualquer outra pessoa. Mas eu também sei que, se eu não cuidar bem das pessoas e não focar na conscientização da população, meus filhos não serão bem cuidados no futuro. Somos um, mas somos todos. Acredito no meu país, acredito no brasileiro e, acima de tudo, acredito na importância do desenvolvimento da mulher brasileira.

Nenhum país emergiu da pobreza nos últimos 50 anos sem investir no planejamento familiar. Investir na mulher é investir na família. Por nossas mãos, passam a transformação do nosso país em um lugar melhor para viver, mais humano, mais desenvolvido e com mais oportunidades. Os pilares do desenvolvimento da mulher são a capacitação, segurança, independência financeira e saúde. A tecnologia está a nosso favor para que possamos falar com todas as mulheres – especialmente aquelas vulneráveis e em situação de violência. Temos que trabalhar no pré e no pós. De acordo com o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, as mulheres são a maioria da população brasileira (50,8%) e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres vivem mais que os homens, porém adoecem mais frequentemente. A vulnerabilidade feminina frente a certas doenças e causas de morte está mais relacionada com a situação de discriminação na sociedade do que com fatores biológicos. De acordo com o Guia de Direitos Humanos, as mulheres ganham menos, estão concentradas em profissões mais desvalorizadas, têm menor acesso aos espaços de decisão no mundo político e econômico, sofrem mais violência (doméstica, física, sexual e emocional), e vivem dupla/tripla jornada de trabalho.

Quando as mulheres recebem mais informações e programam suas gestações, elas têm maior probabilidade de avançar em sua formação, ter um salário, criar filhos saudáveis, dispor de tempo e dinheiro para oferecer a cada um deles: comida, atenção e educação necessárias para que prosperem. Quando os filhos alcançam o seu potencial, não continuam pobres; e é dessa maneira que as famílias e os países saem da pobreza. Nos últimos 20 anos, o Brasil não reduziu a gravidez na adolescência, o que é um fator impeditivo no desenvolvimento humano e econômico. Na maioria das vezes, esta mulher sai da escola, grande parte é abandonada pelo parceiro, 40% voltam a engravidar dois anos depois e o sistema público de saúde é sobrecarregado. A gravidez precoce tende a escravizar a mulher, e o Brasil gasta 10% do seu PIB em consequência desse fenômeno.

Campanha de proteção e desenvolvimento da mulher

Portanto, eu luto pelas mulheres, sim. Mas, acima de tudo, luto pelo nosso país, pelo nosso Estado, pelas nossas famílias e por nós mesmos. E que o Mulheres Positivas, junto com a Jovem Pan, seja uma ferramenta para mais proteção e desenvolvimento para a mulher. De todos nós, para todos nós. Quem quiser comprar a camiseta do Mulheres Positivas, para doação de 100% da renda a iniciativas em prol da mulher, basta clicar neste link https://www.fillity.com.br/camisetas-mulheres-positivas.html .

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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