Empresária explica como superou crise econômica dos anos 90 para fundar a Aspecto Contabilidade
Margarida Cauzzo conta como iniciou a carreira e concilia a vida pessoal com os compromissos corporativos
Nossa mulher positiva é Margarida Cauzzo, empresária contábil, fundadora da Aspecto contabilidade. Margarida nos conta como iniciou sua carreira, as dificuldades que enfrentou e como fez disso sua motivação para nunca desistir de seus sonhos. “Lidar com pessoas, não é uma tarefa fácil. Após a pandemia, as pessoas se transformaram de diversas formas. Em minha empresa, procuro participar da vida das pessoas, de como vivem, quais são seus objetivos de vida, seus sonhos, os problemas que passam, fazendo da empresa sua segunda casa, onde o ambiente de trabalho seja produtivo”, diz.
Como começou a sua carreira? Iniciei aos 24 anos de idade, em 1990, em um período econômico conturbado, logo após concluir ciências contábeis em 1989 e ter me desligado do meu emprego em uma contabilidade, na qual trabalhei por 11 anos. Nesse escritório que trabalhei, iniciei aos 14 anos de idade e foi lá que me inspirei para um dia ter meu próprio negócio. Porém, minha empresa teria que ser diferente das demais, contabilidade é algo muito metódico, a minha teria que quebrar paradigmas.
Como é formatado o modelo de negócios da Psicologia de Performance Humana? Pergunta muito pontual e importante. Lidar com pessoas não é uma tarefa fácil. Após a pandemia, as pessoas se transformaram de diversas formas. Em minha empresa, procuro participar da vida das pessoas, de como vivem, quais são seus objetivos de vida, seus sonhos, os problemas que passam, fazendo da empresa sua segunda casa, onde o ambiente de trabalho seja produtivo. Investir na forma de comunicação e relacionamento também é muito importante, evita conflitos e rotatividade. A Aspecto conta, além disso, com um ambiente confortável, e os gestores são próximos de cada colaborador. Nossa área de atuação é muito complexa e estressante: temos que lidar com legislação e prazos, tudo muda muito rapidamente. Temos que estar atualizados e treinados constantemente. Por isso, o psicológico tem que estar equilibrado.
Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O início de tudo foi muito difícil. Era jovem, mulher e tinha zero recurso financeiro. Plano Collor, a economia brasileira do início dos anos 90 estava em um momento muito delicado, com alta inflação crônica, baixos índices de crescimento do produto, péssima distribuição de renda, uma enorme dívida externa a pagar, dada a frustrante saga dos anos 80. O pouco dinheiro que meu pai ia me ajudar foi confiscado. Tive que batalhar cliente um a um, porta a porta, tinha uma sala emprestada em um prédio velho e sozinha. E assim foi por uns cinco anos: zero recurso tecnológico, telefonia só fixa e a altos custos. Falando isso, parece que faz mil anos.
Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Eu pensei nisso desde os 16 anos de idade. Foco, força e fé. Decidi que seria uma empresária contábil e tive que fazer escolhas. Resolvi que estudaria a vida inteira, pois é o que faço o tempo todo, que não daria conta de ter filhos, então abri mão. Me casei porque meu marido é maravilhoso e parceiro, incentivador e está comigo literalmente na alegria, na tristeza, na saúde e na doença. Vivo para meu trabalho 24 horas por dia, 365 dias do ano. Mas a recompensa é a satisfação e a indicação do meu trabalho.
Qual seu maior sonho? Como profissional, ter mais valorização, visto que minha profissão é estritamente necessária e pouco valorizada, e tornar minha empresa mais conhecida no mercado.
Qual sua maior conquista? A Aspecto Contabilidade.
Livro, filme e mulher que admira. Sou estudiosa e leitora assídua de legislação e economia. Tudo focado na minha área. Adoro filmes de investigação criminal. Admiro a ministra Cármen Lúcia.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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