Gerente jurídica da Huawei, Ana Paula de Sá seguiu os passos do pai para se sobressair no direito

‘Mesmo já falecido, ele segue sendo meu maior exemplo de ética e profissionalismo’, diz a executiva, que também destacou seu apreço por justiça, transparência e diálogo

  • Por Fabi Saad
  • 23/03/2022 10h00
Divulgação Em frente a um painel da Huawei, Ana Paula Barcelos de Sá (mulher entre 30/40 anos, branca e de cabelo preto), vestida de casaco preto, entrelaça os braços e sorri Ana Paula Barcelos de Sá é advogada, mestre em direito das telecomunicações e gerente jurídica da Huawei

Nossa Mulher Positiva é Ana Paula Barcelos de Sá, advogada, mestre em direito das telecomunicações pela Universidad Carlos III de Madrid e gerente jurídica da Huawei. A executiva nos conta o que a inspirou para iniciar sua carreira na advocacia e como aplica os princípios do direito no seu dia a dia, de maneira a equilibrar sua vida pessoal e corporativa. “Ao rever minha trajetória, lembro-me dos grandes marcos, como o intercâmbio escolar nos Estados Unidos, o vestibular, as entrevistas de emprego, a admissão no mestrado, entre tantos outros”, relembra Ana Paula, que escolheu o direito muito cedo. “A advocacia sempre me interessou e despertou em mim desde cedo a vontade de atuar na profissão. Tenho muito apreço à justiça, à transparência e ao diálogo. Esta inspiração também vem do meu pai, que foi procurador da Fazenda estadual.”

1. Como começou a sua carreira? De forma orgânica e natural. A advocacia sempre me interessou e despertou em mim desde cedo a vontade de atuar na profissão. Tenho muito apreço à justiça, à transparência e ao diálogo — o que me permite promover o aconselhamento das questões jurídicas de forma inspirada. Esta inspiração também vem do meu pai, que foi procurador da Fazenda estadual e, mesmo já falecido, segue sendo meu maior exemplo de ética e profissionalismo até os dias de hoje.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Huawei? Atuou no departamento jurídico da Huawei, uma empresa líder global em soluções de tecnologia da informação e comunicação (TIC) e uma das 100 marcas mais valiosas do mundo, de acordo com a Forbes. A companhia tem a visão de enriquecer a vida das pessoas por meio da comunicação e é dedicada à inovação centrada no cliente. Com sólidas parcerias com a indústria local, está comprometida com a criação de valor para operadoras de telecomunicações, empresas e consumidores, oferecendo produtos e soluções de alta qualidade e inovação. E, com a transformação digital, oferecendo soluções de nuvem e servidores de Huawei Cloud em mais de 170 países e territórios. Com mais de 190 mil funcionários em todo o mundo, a companhia atende mais de um terço da população mundial. A Huawei também acredita que a digitalização é o caminho para um mundo mais sustentável e uma economia zero carbono, baseada em fontes renováveis de energia. Por meio da subsidiária Huawei Digital Power, a empresa desenvolve dispositivos inteligentes voltados para geração, distribuição e armazenamento de energia fotovoltaica, aumentando a eficiência energética em data center, usinas de energia e infraestrutura de telecomunicação. Há 24 anos no Brasil, é líder no mercado nacional de banda larga fixa e móvel por meio das parcerias estabelecidas com as principais operadoras de telecomunicações e possui escritórios nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Recife, além de um centro de distribuição em Sorocaba (SP) e um Centro de Treinamento em São Paulo.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Durante a minha trajetória acadêmica e profissional, tive o privilégio de nutrir a minha vocação, conciliando os estudos com a prática jurídica, já no primeiro ano na faculdade de direito. Desde então os desafios, à medida que se apresentaram, foram encarados com otimismo e perseverança, tendo contribuído gradualmente para o meu crescimento e amadurecimento. Ao rever esta trajetória, mais do que um momento em particular que se destacou, lembro-me dos grandes marcos, como o intercâmbio escolar nos Estados Unidos, o vestibular, as entrevistas de emprego, a admissão no mestrado, entre tantos outros. Acredito que a carreira jurídica seja favorável às mulheres por ser mais igualitária e, talvez por este motivo, também eu tenha sido isentada de outras dificuldades que as mulheres enfrentam em sua inserção ao mercado de trabalho e atuação no âmbito corporativo.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Me ajuda muito conhecer e aplicar no dia a dia os princípios do direito, como o da proporcionalidade e o da razoabilidade. Não por acaso, é a balança o seu símbolo máximo, representando justamente o equilíbrio, a equivalência e a equação entre culpa e castigo. Penso no que é “fair” não só para mim e a minha família, mas também para a empresa onde trabalho, minha equipe e clientes internos. Se em um determinado momento algum aspecto ficou a desejar, trato de reorganizar a agenda para que ele não permaneça desatendido, sem que isso me cause algum pesar. Pelo contrário, foco no que está por vir, e em manter-me saudável, sensível e alerta.

5. Qual seu maior sonho? Comer o que quiser e não engordar, não seria fantástico? E manter a lucidez, o equilíbrio e o otimismo para desfrutar da vida de forma plena, em todas as suas esferas.

6. Qual sua maior conquista? A confiança dos demais. Enquanto no trabalho ela me permite seguir crescendo e assumir novas responsabilidades, de maneira a contribuir cada vez mais com a empresa a qual tenho orgulho de pertencer, nas relações pessoais ela fortalece a cumplicidade e parceria que tenho com o meu marido.

7. Livro, filme. Livro: “O Poder do Hábito”; Filme: “Love Actually”.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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