Helô Castro, especialista em markting de influência, promove o engajamento criativo e humanizado

Formada em Marketing pela UVA e pós-graduanda em Influência Digital pelo IBMR, atua no mercado de Marketing de Influência e já gerenciou mais de 200 creators em campanhas e ativações para marcas, online e offline

  • Por Fabi Saad
  • 03/04/2024 10h00
Acervo Pessoal Helô Castro - Mulheres Positivas Helô Castro é especialista em marketing de influência

Nossa Mulher Positiva é Helô Castro, especialista em marketing de influência em uma das empresas mais disruptivas do momento: a EPICdigitais. Formada em Marketing pela UVA e pós-graduanda em Influência Digital pelo IBMR, atua no mercado de Marketing de Influência há 4 anos e já gerenciou mais de 200 creators em campanhas e ativações para marcas, online e offline — incluindo grandes nomes como Anderson Gaveta. Helô tem como propósito promover engajamento criativo e humanizado, por acreditar na força que o entretenimento possui ao criar conexões e experiências positivas.

1. Como começou a sua carreira? Meu primeiro estágio foi no primeiro período da faculdade de marketing. Eu tinha 17 anos, recém completados, e fui trabalhar em uma agência de marketing que também era assessoria de imprensa, porque meu sonho — quando saí do ensino médio — era ser jornalista. O marketing entrou na minha vida enquanto eu tentava uma vaga no curso de jornalismo. O que era para ser temporário, acabou se tornando uma paixão enorme. O dia a dia na empresa em que eu estagiava me possibilitou conhecer praticamente todas as áreas de atuação de um profissional de marketing e publicidade — o que colaborou consideravelmente para a minha decisão de desistir do jornalismo e focar na minha nova paixão (o marketing, rs). Peguei o início do marketing em mídias sociais (o primeiro cliente que atendi desse segmento não tinha nem fanpage no facebook, porque a funcionalidade ainda não existia!) e acabei me especializando no assunto.

2. Como é formatado o modelo de negócios da EPIC? Na EPICdigitais nós temos três frentes: a que gerencia a carreira de criadores de conteúdo digitais (os influenciadores); a que oferece soluções em economia criativa digital para empresas; e a que profissionaliza e prepara pessoas que desejam trabalhar com economia criativa digital. A última é um projeto mais recente, fruto de um trabalho de muita observação de mercado e entendimento das necessidades reais de influenciadores, agentes, clientes e criativos.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Quando optei por trancar uma faculdade federal de publicidade para investir na aplicação de tudo o que eu já sabia no mercado e cuidar de mim mesma. Passei muito tempo estudando demais — no nível que não sobrava tempo para aplicar os conhecimentos que eu tinha e efetivamente construir uma carreira sólida com isso. Eu tinha muito medo de não ter os diplomas e certificações certos ou suficientes. Isso fez com que eu precisasse ficar em lugares com carga horária mais baixa para que terminasse a minha segunda graduação (na época eu cruzava a cidade do Rio de Janeiro durante o dia entre os deslocamentos de casa-faculdade-trabalho). Acordava cedo demais, dormia tarde demais. Minha saúde física e mental era muito ruim. Quando entendi que precisava decidir o que era mais importante (continuar acumulando conhecimento ou aplicar tudo o que eu já sabia e usar da experiência de mercado que eu já tinha para consolidar a minha carreira), tranquei a faculdade sem contar para ninguém. Sabia que as pessoas me julgariam muito por desistir de um diploma federal estando tão perto de conquistá-lo, mas eu tinha certeza de que era a melhor opção. E foi mesmo. Aprendi a cuidar mais da minha saúde física e mental, entendendo que, se elas não estiverem equilibradas, não tem como ser uma boa profissional. Aprendi a estabelecer as prioridades da minha carreira e também os meus limites. Foi um momento de desconstrução de muitas ideias de sucesso pré-estabelecidas que eu tinha, que foi muito importante para que eu tivesse a visão (inclusive de negócios) que tenho hoje.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa? O trabalho remoto é uma dádiva, para mim. A flexibilidade que consigo no meu dia a dia é algo que eu não troco mais. Isso sem falar na qualidade de vida que ganhei só por eliminar o tempo dos deslocamentos casa-trabalho-casa. Procuro manter uma rotina regrada, constante e organizada, tendo tempo para tudo: descansar, trabalhar, me exercitar, estudar, me divertir, cuidar das coisas do dia a dia em casa. Ter uma alimentação mais regrada e a hidratação em dia foi uma virada de chave também: é inegável o quanto isso faz diferença na minha disposição e atenção. Também acho importante dizer que sempre tive muito apoio e compreensão em casa em relação ao trabalho, o que evita desgastes emocionais. O fato da EPICdigitais ser um ambiente muito descontraído para trabalhar, ajuda consideravelmente na diminuição da pressão que todo mundo que trabalha com marketing e publicidade precisa lidar. E aí é aquilo: ambiente de trabalho mais leve > menos sensação de pressão > menos desgaste emocional > mais leveza nas relações pessoais. Quem se sente feliz com o seu trabalho acaba levando a vida com mais leveza. Gosto de deixar sempre muito claro também que a constância nesse tipo de rotina não é linear: alguns dias serão muito mais produtivos do que outros porque a gente acorda bem, disposta, feliz. Quando chegarem os dias em que algo acontece e a gente não consegue cumprir com o próprio planejamento que traçou para si, é preciso saber se acolher e se respeitar. Constância não é sinônimo de conseguir fazer tudo na sua potência máxima todos os dias, mas sim ser capaz de fazer sempre, independente do quanto.

5. Qual seu maior sonho? Quero que eu e meu time sejamos reconhecidos por fazermos a diferença, sabe? Que as pessoas olhem para o trabalho que a gente vem desenvolvendo aqui e consigam perceber que realmente queremos tornar o mercado mais profissional, com relações mais éticas e justas, com mais gente comprometida e bem formada, sabendo o que faz. Quero ver os creators que a gente cuida crescerem e poder dizer “eu faço parte disso”. Acredito que o meu propósito pessoal seja ajudar a alavancar pessoas, então ser reconhecida por isso será a minha maior realização.

6. Qual sua maior conquista? Acredito que me tornar sócia, antes dos 30, de uma empresa que vi nascer e que tem uma visão de negócio tão alinhada atualmente com o meu propósito pessoal é, além de uma conquista, um privilégio. O Luiz Guilherme Guedes e o Alexandre Chaves (sócios e founders da EPICdigitais) sempre confiaram muito em mim e no meu trabalho.

Quando olho para o lado e vejo amigos lutando para terem voz nas empresas em que trabalham, percebo o quanto eu consegui conquistar espaço de fala e decisão em pouco tempo na EPICdigitais. Considero isso uma conquista importante também, porque o mercado de marketing e publicidade, infelizmente, ainda é conhecido por não abrir muito espaço na mesa para ouvir quem acabou de chegar.

7. Livro, filme e mulher que admira. Como boa fã de distopias e observadora do comportamento humano, é impossível não indicar Fahrenheit 451. Acredito que a ficção pode levar a reflexões muito profundas e importantes sobre a nossa sociedade e os caminhos que devemos evitar para continuarmos existindo. Minha indicação de filme segue a mesma lógica: A Origem é uma obra que fala sobre o poder e a responsabilidade de influenciar pessoas para que elas façam o que você deseja. Você pode implantar um sonho ou uma ideia na mente de alguém, mas também pode impregná-la com toxicidades ou roubar algo muito precioso para a essência da pessoa. Uma baita metáfora para os dias atuais. Admiro algumas (muitas) mulheres, mas vou puxar sardinha para o mercado de influência e citar três criadoras de conteúdo que conseguiram transcender a posição de influenciadoras para se tornarem empresárias respeitadas e referências de sucesso em seus nichos de atuação:  Nath Arcuri (Me Poupe), a primeira mulher que eu vi falando sobre dinheiro que não fosse apenas para dar uma notícia na televisão e também a primeira pessoa que traduziu “economês” para algo que eu conseguisse compreender. O viés educacional que ela adotou nos seus negócios é algo que me inspira demais. Nath Finanças, a Nath é suburbana, periférica e se tornou empresária mostrando para todo mundo que pessoas de origem humilde podem conquistar independência financeira, liberdade, realizar grandes sonhos. Elas só precisam de educação e oportunidade. A Nath por si só já seria uma inspiração para mim, mas aí ela resolveu criar uma empresa com uma cultura organizacional incrível, cujo foco é ajudar pessoas a vencerem assim como ela conseguiu vencer. E Bianca Andrade. Acho a Bianca genial. Das ideias para o próprio negócio à ousadia na tomada de decisões, passando por conseguir ser uma líder que inspira dentro e fora da própria empresa que gerencia. Bianca é do tipo que dá a cara a tapa e assume os riscos (e os erros) das decisões que a Boca Rosa Company toma, sem se esconder atrás do seu time. O fato de ter vindo da periferia e de ter conseguido transformar a própria realidade por meio de carisma, conteúdos criativos e boas ideias é algo que admiro muito.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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