Holding de Isabella Vasconcellos aporta dinheiro e dá ‘pitaco’ em empresas revolucionárias dentro do mercado infantil

Hestia Ventures apoia negócios de ciência e tecnologia ligados à infância saudável; sua criadora é engenheira química de formação, tem MBA em Stanford e resolveu empreender após carreira na consultoria McKinsey

  • Por Fabi Saad
  • 12/04/2023 10h00
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Luciana Prezia/Divulgação Mulher branca de mais ou menos 40 anos, de camiseta branca e calça jeans, posa em pé, na sala de casa Após licença maternidade, Isabella Maluf Vasconcellos decidiu trocar empresa em que fez carreira pelo empreendedorismo

Nossa Mulher Positiva é Isabella Maluf Vasconcellos, idealizadora do ecossistema Hestia Ventures, uma holding que apoia negócios de ciência e tecnologia ligados à infância saudável e autonomia infantil. “A ideia é aportar dinheiro e ‘pitaco’ em empresas revolucionárias dentro do mercado infantil. Procuro empresas que estejam fazendo produtos e serviços com a criança, e a ciência no centro do processo de desenvolvimento”, explicou. Engenheira química de formação, com MBA em Stanford, atuou na consultoria McKinesey, nas sedes do Brasil, de Palo Alto e de Nova Jersey. Seu olhar apurado em crescimento sustentável para business de bens de consumo marcam sua trajetória. Após a maternidade, resolveu utilizar toda sua expertise para transformar o mercado em que agora atua.

1. Como começou a sua carreira? Começou na consultoria McKinsey, no escritório de São Paulo — lá eu tive a oportunidade de conhecer o que existe de melhor na gestão empresarial, trabalhando em projetos estratégicos para diversas indústrias, com as maiores e mais relevantes empresas do Brasil.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Hestia? A Hestia é um híbrido de alguns modelos de negócio, com elementos de search fund, venture capital e private equity. A ideia é aportar dinheiro e “pitaco” em empresas revolucionárias dentro do mercado infantil. Procuro empresas que estejam fazendo produtos e serviços com a criança, e a ciência no centro do processo de desenvolvimento. E, se tiver fit, faço uma oferta por uma porcentagem. Estou trabalhando também para construir um “ecossistema” em que as empresas trabalham e crescem juntas, dado o propósito compartilhado.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? A volta de licença à maternidade. Nesse momento, tive que escolher se iria continuar na empresa onde fiz carreira (e pela qual tenho grande admiração) ou se partia para algo empreendedor, totalmente novo, sem muita forma, tentando construir alguma coisa num formato diferente do que tinha visto no mercado, numa indústria pouco olhada ou valorizada.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Não consigo (risos). Tem sido cada vez mais difícil, muitos projetos e demanda — felizmente as empresas estão crescendo, estamos com bastante tração, então, no momento, a vida pessoal tem ficado um pouco de lado. Nos últimos três meses, engordei 5 kg e tenho passado menos tempo com o meu filho. Estou consciente disso e ativamente tentando me organizar para reequilibrar as coisas. Tenho muita ajuda da minha mãe, dos meus sogros e do meu marido, o que ajuda a aliviar um pouco “a culpa” de deixar o pequeno mais sozinho.

5. Qual seu maior sonho? Não tenho nenhum específico, algo que almejo e vou atrás. Talvez porque tenho uma orientação temporal para o “presente”, não fico pensando muito no futuro. Espero que eu consiga construir alguma coisa bacana, que seja positivo para as crianças e que consiga curtir muito minha família durante o caminho. Ter um sonho como “meta” me parece algo muito final — sei que, se colocasse algo para atingir, quando atingisse teria um sonho “novo”. Então, não penso muito assim. Quando durmo, penso no meu filho e no meu marido.

6. Qual sua maior conquista? Autoconsciência através de muita análise (risos). Nada como saber quem você é (e que você está mudando todo dia).

7. Livro e filme. Livro: Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie. É um livro profundo, que me fez refletir muito sobre a “vida de imigrante” que vivi durante a faculdade, mestrado e trabalhando fora do Brasil. E como somos todos imigrantes em algum (alguns) aspectos de nossas vidas. Filme: E o Vento Levou. Scarlett O’Hara me marcou muito, acho que foi a primeira mulher mais complexa e multifacetada que vi numa personagem da telona. De certa forma, me deu permissão para sentir alguns dos sentimentos mais contraditórios da minha adolescência.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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