Leticia Philippi herdou do pai o fascínio pelo ozônio e revolucionou empresa da família

Philozon se tornou primeira fabricante de equipamentos de ozonioterapia certificada pela Anvisa; CEO ainda expandiu os negócios com a produção de dermocosméticos à base de óleos ozonizados

  • Por Fabi Saad
  • 04/05/2022 10h00
Divulgação Mulher loira na faixa dos 30/40 anos com os braços cruzados Leticia Philippi abandonou a arquitetura, fez faculdade de farmácia e hoje é CEO da Philozon

Nossa Mulher Positiva desta semana é a farmacêutica especializada em ozonioterapia Leticia Philippi. Nesta entrevista, ela nos conta sua trajetória profissional como CEO da primeira empresa brasileira fabricante de equipamentos de ozonioterapia certificada pela Anvisa. “A minha motivação nasceu de presenciar a paixão do meu pai em levar mais saúde para a vida das pessoas por meio do ozônio”, contou Leticia. “Com seu falecimento, em 2005, senti que precisava dar continuidade ao trabalho que ele iniciou e tanto. Eu já atuava como diretora técnica da Philozon e assumi o desafio de dar continuidade à missão de propagar os benefícios da ozonioterapia no Brasil.” A empresária ainda contou como equilibra sua vida pessoal como esposa e mãe.

1. Como começou a sua carreira? Assim que saí do ensino médio, decidi pelo curso de arquitetura, mas em menos de dois anos eu abandonei para o que vinha ser a minha paixão pessoal, muito motivada pela paixão do meu pai, o cardiologista Edison de Cezar Philippi. Foi então que, em 2001, me matriculei no curso de farmácia, na Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A minha motivação nasceu de presenciar a paixão do meu pai em levar mais saúde para a vida das pessoas por meio do ozônio. Os anos que ele dedicou estudando e comprovando os benefícios da molécula de ozônio no organismo humano e sua luta para mudar o cenário da saúde brasileira por meio da ozonioterapia foram o meu despertar.

Em 2004, quando foi fundada a Philozon, eu já estava seguindo os seus passos e buscando cada vez mais especialização sobre a terapia de ozônio, como o curso no Centro de Investigaciones del Ozono, em Havana, Cuba, além de cursos, congressos e eventos em países como Itália, França, Espanha, Alemanha e Argentina. Com o falecimento do meu pai, em 2005, eu senti que precisava dar continuidade ao trabalho que ele iniciou e tanto se dedicou. Eu já atuava como diretora técnica da empresa e assumi o desafio de dar continuidade à missão de propagar os benefícios da ozonioterapia no Brasil. Foi então que fiz parte da fundação da Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), busquei caminhos para vencer os entraves burocráticos dos órgãos reguladores e conquistei para a Philozon o título de primeira empresa brasileira a obter regulamentação na Anvisa. Em 2019, expandi o leque de atuação da ozonioterapia e fundei a Ozoncare, primeira empresa de dermocosméticos à base de óleos ozonizados.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Philozon? Somos uma indústria detentora do todo know-how de tecnologia buscando atender o usuário final. Tanto a Philozon, que fabrica geradores de ozônio para uso medicinal, quanto a Ozoncare, fabricante de dermocosméticos à base de ozônio.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Difícil falar de um só! Um dos momentos mais marcantes foi quando eu estava grávida e tudo que eu desejava era ter um pouco de paz para curtir o momento, vivenciar cada descoberta que a maternidade vinha me apresentando, mas estava passando por um momento profissional muito intenso e que não me permitiu desfrutar dessa fase tão linda da maneira que eu desejava. A Philozon passava por dificuldades no caixa da empresa e tive que estar ainda mais envolvida profissionalmente. Foi uma experiência muito difícil e da qual até pensei em desistir. Mas superamos os desafios e hoje colhemos os frutos do nosso trabalho.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Encontrar um equilíbrio é com certeza a parte mais difícil. Como mulheres, temos uma carga extra que vão além dos prazeres da vida pessoal. A jornada pode ser quadriplicada quando consideramos família, filhos, escola dos filhos, somada a toda intensidade que é empreender. Mas a paixão pelo que faço, acreditar que é possível oferecer uma vida melhor para as pessoas em termos de saúde e ver os resultados do trabalho, seja no crescimento da empresa ou na melhora da qualidade de vida de uma pessoa, com certeza é o combustível que me mantém motivada. Além disso, somos uma empresa familiar. Mais do que isso, somos uma família com propósito, e isso faz com que todos se mantenham engajados.

5. Qual seu maior sonho? Vou citar aqui um sonho que envolve uma conquista para toda a população brasileira: que o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamente a ozonioterapia para, finalmente, disponibilizar a técnica para ainda mais pessoas.

6. Qual sua maior conquista? Posso dizer que sou muito realizada, tanto pessoal como profissionalmente, mas ter construído do zero uma empresa que é referência em ozônio para saúde no Brasil é motivo de muito orgulho!

7. Filme e mulher que admira. A alma de empreendedora está em mim e fui descobrindo isso ao longo dos anos, então vou destacar aqui um filme muito interessante e que é uma inspiração pra mim; “Joy: O Nome do Sucesso” conta a história de Joy Mangano, uma empreendedora e inventora que se tornou milionária com suas ideias. Quanto à mulher que admiro, seguirei o mesmo caminho de admiração profissional: Luiza Helena Trajano, uma das empresárias mais brilhantes e humanas da atualidade.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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