Lilian Caires deixou carreira no RH para fundar empresa que empodera executivas e empreendedoras

Criadora da W Coaching diz que já realizou o seu maior sonho de vida, que era ter uma família, mas profissionalmente ainda quer ser uma referência em liderança feminina

  • Por Fabi Saad
  • 07/04/2021 10h00
Divulgação mulher de braços cruzados, foto preto e branco A Mulher Positiva desta semana é Lilian Caires, mãe e fundadora da W Coaching

Mulher Positiva desta semana é Lilian Caires, mãe e fundadora da W Coaching, empresa pioneira no empoderamento de executivas e empreendedoras que buscam desenvolver competências para atuarem ou conquistarem lideranças relevantes em suas vidas, carreiras e mundo. Lilian tem mais de quinze anos de atuação em liderança e gestão de recursos humanos, no Brasil e nos Estados Unidos, com certificação em coaching de liderança feminina com a Sally Helgesen. Ela fundou a W Coaching em 2017, após deixar uma carreira segura de anos como executiva de RH para empreender em algo novo. “Meu maior desafio foi ter tido a coragem de deixar anos seguros e bem sucedidos como executiva de RH para empreender em algo que ninguém, próximo a mim, havia feito antes. É como se eu estivesse com um facão na mão abrindo um caminho na mata densa. É prazeroso, mas dá um trabalho…”, afirma. Ela conta que já realizou o seu maior sonho de vida, que era ter uma família, mas profissionalmente ainda quer ser uma coach referência em liderança feminina e reconhecida globalmente.

Como começou a sua carreira? Iniciei minha carreira ainda cursando a faculdade, na indústria hoteleira, como operadora de PABX (um cargo praticamente extinto hoje), nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, ainda na hotelaria, ingressei em Recursos Humanos, onde fiquei por mais de 15 anos, crescendo em cargos e responsabilidades em diversas indústrias nos EUA e no Brasil, até chegar ao cargo de gerente de RH da Latam. Em 2017, com o nascimento do meu primeiro filho em 2016, resolvi empreender um sonho de universitária: ser coach de liderança para executivas e empreendedoras. Assim, nasceu a W Coaching – Empoderamento de Executivas e Empreendedoras.

Como é formatado o modelo de negócios da W Coaching? A W Coaching oferece coaching individual para executivas e empreendedoras que buscam desenvolvimento de competências para atuarem em/ou conquistarem lideranças relevantes em suas vidas, carreiras e mundo. Além do coaching individual, há a opção de um treinamento para líderes (para mulheres ou homens) em parceria com Silvio Celestino, que aborda importantes competências de lideranças como gestão de agenda, motivação, feedback, delegação, entre outros, para executivas/executivos que estão iniciando suas carreiras ou que pretendem revisar estas competências em seus cargos atuais. Faço palestras sobre liderança feminina, além de compartilhar conteúdos sobre o assunto no meu site, nas mídias sociais e no LinkedIn. Também tenho um canal próprio no YouTube e podcasts no Spotify e Itunes.

Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Quando me vi sem dinheiro algum, logo no começo da W Coaching, e precisei recorrer à ajuda de familiares próximos. Sabia que um dia queria ser coach mas, até então, não havia me preparado financeiramente para isso. A zona de conforto de uma vida de executiva sem pausas sempre me garantiu o salário. Aprendi a engolir o orgulho de aceitar ajuda (ou patrocínio), o que foi fundamental para me levantar e progredir. Sei que sou privilegiada por ter uma família que me apoia e acredita no meu propósito com a W Coaching.

Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Acredito que para equilibrar a minha vida, de um modo geral, primeiramente coloquei expectativas devidas para cada coisa. Com a chegada do meu segundo filho em 2020 e as demandas da pandemia, resolvi trabalhar menos tempo e por isso não espero, necessariamente, gerar resultados, inclusive ganhos financeiros enormes. Aprendi a ter foco e disciplina para aproveitar as horas que estou com os meus filhos, e dar gás total nas horas que trabalho. As duas “vidas” são importantes, mas acredito que o segredo esteja em priorizar para facilitar. No fundo, é fazer o que é possível, não o que é perfeito.

Qual seu maior sonho? Já realizei o meu grande sonho de vida que é ter uma família: ser casada e ter os meus dois filhos lindos. Sempre foi um sonho de infância. Profissionalmente, confesso que o meu sonho é ser uma coach referência em liderança feminina, reconhecida globalmente, e trabalhar com grandes líderes que já existem e que existirão no futuro.

Qual sua maior conquista? Ter tido a coragem de deixar anos “seguros” e bem sucedidos como executiva de RH para empreender em algo que ninguém, próximo a mim, havia feito antes. É como se eu estivesse com um facão na mão abrindo um caminho na mata densa. É prazeroso, mas dá um trabalho… (risos).

Livro, filme e mulher que admira. Poderia citar vários. Porém, no âmbito de liderança feminina, deixo como dica o livro “Como as Mulheres Chegam ao Topo”, de Sally Helgesen e Marshall Goldsmith — top coaches de liderança no mundo. Em filmes, fico no empate entre “Mestre dos Mares” com Russell Crowe, que aborda as difíceis decisões de um líder, e “Eu não sei como ela consegue”, com Sarah Jessica Parker, que apresenta a realidade da mãe-executiva e seus desafios. Por último, outra pergunta muito difícil, mas como mulher que admiro digo Chieko Aoki, fundadora da Blue Tree Hotels, que foi a minha grande inspiração para estudar hotelaria nos EUA.

Inclusive, compartilho uma curiosidade. Eu tinha um sonho de conhecer a Chieko desde adolescente, quando a vi em uma reportagem sobre hotelaria, no Fantástico, nos anos 90. Quando assisti a reportagem, sabia que hotelaria seria um objetivo de universidade. Fiz a faculdade e atuei por quase 10 anos no ramo hoteleiro até sair e me aventurar em outras indústrias. O sonho de conhecer a Chieko, no entanto, permanecia. Em 2018, em um evento da revista Claudia, no WTC, estava andando pela praça da alimentação procurando um lugar para almoçar, quando, sem querer, esbarrei em uma pessoa (baixinha). Ao me virar para me desculpar, vi que era a Chieko Aoki, que participava também do evento, e eu não a havia visto. Fiquei sem ar, não sabia o que dizer. Pedi desculpas e continuei andando. Fui até o banheiro sem acreditar no que havia acontecido, e disse a mim mesma: não posso ter esbarrado nela e apenas ter dito “desculpas”, isso é destino. Voltei à praça de alimentação procurando por ela. Ao encontrá-la, já com lágrimas nos olhos, pedi licença e me apresentei. Tive a oportunidade, então, de realizar meu sonho de adolescente de conhecê-la e dizer a ela o quanto ela me inspirou para ser hoteleira. Tirei fotos e depois “tietei” nas redes sociais. Foi um encontro muito feliz, e como sou parte, mesmo que à distância, do Grupo Mulheres do Brasil, acompanho sempre os passos dela, junto aos da Luiza Helena Trajano, além do seu Instagram.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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