Thais Giraldelli comemora fim de estigma na área de beleza: ‘Tem cabelereira que ganha mais que médico’

‘Minha maior conquista profissional foi contribuir para a ascensão de um mercado milionário e promissor como a extensão de cílios’, destaca a empreendedora

  • Por Fabi Saad
  • 18/05/2022 10h00
Divulgação Thais Giraldelli usa vestido branco em frente a uma parede de tijolos Thais Giraldelli encontrou vocação após fazer curso de maquiagem

Nossa Mulher Positiva desta semana é a empresária e palestrante Thais Giraldelli. Ela nos conta como iniciou sua carreira e afirma que, diante das dificuldades, prefere encará-las como uma forma encontrar habilidades inexploradas. Como quando enfrentou percalços com sua empresa de extensão de cílios durante a pandemia. “Como empreendedora nata, ativei um plano B inimaginável e iniciamos uma empresa de produção de tiaras artesanais e de pedras preciosas, que deu muito certo e hoje caminha em paralelo à minha atividade principal”, contou. Sua principal conquista, no entanto, “foi ter contribuído para a ascensão de um mercado milionário, promissor e que vai trazer renda para muitas mulheres: o da extensão de cílios”.

1. Como começou a sua carreira? Iniciei na área da beleza após ter passado por um período difícil em minha antiga carreira, na área jurídica. Tive uma crise de depressão e precisava de um estímulo que me tirasse daquele estado. Sempre gostei de maquiagem e, desde pequena, tinha muitas habilidades manuais. Me matriculei em um curso de maquiagem profissional e foi a primeira vez que saía de casa em três meses. Após esse curso, percebi que ali tinha encontrado uma vocação, mas não sabia ainda se seria uma profissão. Juntei todas minhas maquiagens, coloquei em uma maleta e fui de salão em salão na região em que moro pedindo emprego e testes. Um deles me deu a oportunidade. Sabia que a partir dali muita coisa iria acontecer.

2. Como é formatado o modelo de negócios da empresa em que está atuando? A extensão de cílios é a caçula da área da beleza, uma área da qual tenho orgulho de dizer que ajudei a formar no Brasil, com muitos cursos no exterior, estudo e persistência. Desbravamos esse modelo de negócios, agora polarizado.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Por ser uma empresa relativamente jovem — estamos há sete anos no mercado —, o momento mais difícil foi a ordem de fechamento do comércio, em março de 2020, devido ao coronavírus. Vi meu sonho desmoronar e, como meu esposo saiu do antigo emprego para se juntar a mim neste projeto, era toda renda de nossa família comprometida. Nosso setor é de serviço, então não tínhamos opção de migrar para o online. Mas, como empreendedora nata, ativei um plano B inimaginável e iniciamos uma empresa de produção de tiaras artesanais e de pedras preciosas, que deu muito certo e hoje caminha em paralelo à minha atividade principal.

4. Você vê uma diferença de como as mulheres são tratadas nesse segmento de trabalho dos demais? O mercado de beleza é predominantemente feminino. Hoje temos grandes nomes masculinos, mas ainda são minoria. O que temos feito é desmarginalizar o segmento da beleza, mostrando que os profissionais estão cada vez mais bem preparados, com cursos internacionais, tirando assim o estigma de que quem vive de beleza é pobre, sem estudo e sem outra opção. Hoje temos cabeleireiras que ganham mais que médicos e engenheiros, mas isso tem motivo. Antigamente, por ser uma área estigmatizada como “fim de carreira”, muitas pessoas que tinham vocação e vontade acabaram fazendo a vontade dos pais e ingressando em carreiras com histórico promissor, como direito, medicina, engenharia… E hoje, por estarmos mudando a cara do mercado da beleza no Brasil, essas pessoas estão migrando de carreira para o que realmente gostariam de fazer e que veem ganhos maiores que suas profissões atuais, fazendo assim com que o mercado eleve o nível de conhecimento dos profissionais e que haja uma “glamourização” do setor.

5. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal e a vida corporativa/empreendedora? É um quebra-cabeça que já decidi parar de tentar encaixar. Sou mãe de duas filhas, com 12 e 6 anos, esposa, empresária, influencer, palestrante e muitas outras funções que nós mulheres exercemos. Hoje dou mais atenção á área que está precisando. Se são minhas filhas, dedico mais tempo a isso e trabalho em horários alternativos. Quando é o trabalho, tenho uma rede de apoio incrível, a minha família, que me ajuda muito quando preciso focar ou viajar a trabalho. Não existe fórmula mágica e sentir culpa é um fator sabotador. Sou filha de uma mulher que sempre foi workaholic, como eu sou, e que teve que abrir mão de muitos momentos comigo e com meu irmão para trabalhar e nos proporcionar a vida saudável e feliz que tivemos. E cresci entendendo o valor do trabalho. Sem traumas, então, por experiência própria, sei que, com uma rede de apoio forte, é possível conciliar quase todas demandas.

6. Qual seu maior sonho? Há pouco tempo atrás , em uma mentoria com Tiago Brunet, aprendi a real definição de sonho: Algo que você almeja, mas que não tem um prazo para ser realizado. Hoje meu sonho é poder transformar a vida das mulheres que querem ingressar na área da beleza ou que estão migrando de carreira.

7. Qual sua maior conquista? Minha maior conquista profissional foi ter contribuído para a ascensão de um mercado milionário, promissor e que vai trazer renda para muitas mulheres: o mercado da extensão de cílios.

8. Quais sugestões e dicas você tem para quem quer seguir nessa área? Profissionalize-se em lugares sérios e confiáveis, use a prática deliberada como aliada e não desista, não vai acontecer de cara, mas vai acontecer. Podemos ter sucesso em qualquer área da vida, mas, com certeza, não sem sacrificar e se esforçar mais do que a maioria está disposta.

9. Livro, filme e mulher que admira. Livro: Direto ao Ponto: Os Segredos da Nova Ciência da Expertise”; filme: “Dirty Dancing” – afinal, Baby nunca é deixada em um canto sozinha; mulher: Rainha Elizabeth, por ter se mantido firme e liderado um reino predominantemente masculino, sem recuar.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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