Por que faltam antibióticos para crianças nas farmácias atualmente?

Principais farmácias da Grande São Paulo enfrentam escassez de medicamentos para o tratamento de doenças como pneumonia e amigdalite; entidade diz que há falta de matéria-prima

  • Por Jaqueline Falcão
  • 25/05/2022 10h00 - Atualizado em 25/05/2022 20h19
Free Images/Pixabay Bicho de pelúcia com termômetro Principais farmácias da Grande São Paulo sofrem com a escassez de antibióticos

Mais desesperador que ter um filho doente é não conseguir o tratamento. Atualmente, faltam antibióticos infantis nas principais farmácias da cidade de São Paulo e Grande São Paulo para tratamento de doenças como pneumonia, otite e amigdalite. A coluna entrou em contato com várias drogarias e conversou com algumas famílias que tiveram dificuldade em comprar antibióticos para os filhos. Atendentes das farmácias disseram que a procura é grande por amoxicilina, azitromicina, clavulanato e há falta de estoque. Não há previsão para regularizar.

O infectologista pediátrico Marcelo Otsuka explica que as crianças estão mais vulneráveis a infecções nessa época do ano, principalmente porque ficaram dois anos usando máscara na pandemia de Covid-19, em isolamento social e com medidas de higiene adequada e reforçada. “A pandemia reduziu as infecções respiratórias, foram dois anos sem quase ficar doente. Os prontos-socorros pediátricos ficaram vazios porque as crianças estavam sem ir à escola, usavam máscaras e seguiam cuidados de higiene adequados. Agora, esse ano, temos crianças mais suscetíveis a infecções. Isso justifica um grande número de casos de crianças indo para o hospital ou ficando internadas, algumas com quadros graves, com vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus e Influenza”, explica o médico.

Ele destaca, ainda, que a redução do consumo desses tipos de antibióticos em 2020 e 2021 também implica em redução na produção. Outro fator é o custo de produção dos antibióticos, que aumentou. Alguns médicos  prescrevem várias opções na receita para ajudar os pais na hora da procura pelo antibiótico. É o caso da Eliane Borges, que peregrinou por farmácias da capital paulista até conseguir o remédio para a filha Bella, de 2 anos. “Só consegui no segundo dia de procura. Isso causa angústia nos pais. Minha filha tinha dor. E algumas amigas também enfrentaram situação parecida. Uma delas precisou retornar ao médico para trocar a receita”, relata.

Falta matéria-prima, diz entidade

Sérgio Mena Barreto, CEO da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), disse que um dos motivos do desabastecimento é a falta de matéria-prima. “Quase 95% dos medicamentos no país dependem de matéria-prima originária principalmente da China, que teve as exportações afetadas porque está mais uma vez em lockdown para conter a nova onda de casos de Covid-19. Além da maior dificuldade para a chegada de insumos ao país, tivemos uma espécie de efeito dominó, pois outros produtos que estavam faltando exigiram mais dedicação da indústria, acarretando a redução na fabricação de outros produtos”, afirma Mena Barreto. O setor laboratorial também notou maior procura por exames, como VSR  e Influenza, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial, Fábio Brazão. “Importante ter nos laboratórios de pronto atendimento do país exames para detectar Influenza, VSR, para facilitar o diagnóstico e proporcionar um tratamento mas eficaz”, diz Brazão.

CURTAS

  • Em SP, 98,9% da população tiveram Covid-19 ou estão imunizados 

A última etapa do mapeamento sorológico da cidade de São Paulo, feito pelo laboratório Fleury em parceria com o IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), sugere que o número de casos graves e mortes deve continuar  em queda, desde que não haja novas variantes. Segundo o estudo,  98,9% dos paulistanos já tiveram contato com o vírus ou foram vacinados contra o SARS-CoV-2.

  • Maio Roxo: campanha alerta para doença inflamatória intestinal

Muitas pessoas podem ter alguma doença inflamatória intestinal (DIIs), como a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn, e não saber. No Brasil, a prevalência dessas doenças varia de 12 a 55 pessoas para cada 100 mil habitantes, na sua maioria homens e mulheres jovens no auge da fase mais produtiva, entre 15 e 40 anos. Normalmente, os primeiros sintomas são as dores abdominais e diarreia. Nas primeiras crises é normal o paciente buscar o pronto-socorro e, por serem sintomas comuns, muitas vezes são confundidos com outras doenças. Sem o tratamento adequado, as crises persistem e os sintomas podem se intensificar. Estima-se que parte dos pacientes pode demorar até cinco anos para chegar ao diagnóstico conclusivo. “As DIIs ainda são cercadas por estigmas, o que dificulta o diagnóstico precoce”, afirma o doutor Rogério Saad, presidente do GEDIIB (Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite). Para alertar a população, a campanha #SigaSemPausa, da Janssen está no ar pelo terceiro ano consecutivo.

  • Cresce participação brasileira em pesquisas clínicas

Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que a participação brasileira em estudos clínicos cresceu durante a pandemia. Contando as pesquisas entre as fases I (inicial) e III (quando testes contam com humanos), em 2018, houve 163 estudos no país; em 2019, 202; e em 2020, 259. Em 2021, o número caiu em relação ao ano anterior, mas ainda permaneceu em um patamar mais alto que os anos pré-pandêmicos: foram 231 estudos. “Os estudos clínicos são essenciais para o desenvolvimento de novas tecnologias, dispositivos e medicamentos para a área da saúde”, afirma Waleuska Spiess, líder de Pesquisa Clínica na Roche Farma Brasil. “Realizá-los no país gera uma série de benefícios: promove acesso às inovações, aporta conhecimento científico, traz oportunidades de intercâmbio internacional entre pesquisadores, fomenta o compartilhamento de protocolos e práticas globais e, ainda, culmina para que a população brasileira tenha mais representatividade no perfil em pesquisas de novas terapias”, completa. Neste ano, a farmacêutica publicará resultados de 14 estudos clínicos no ano, com destaque nas áreas de Oftalmologia e Alzheimer.

  • Abramed aponta alta de testes de Covid-19

Laboratórios ligados à  Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) alertam que o mês de maio começou com aumento de exames de Covid-19 em todo o país. Entre os dias 2 a 8 de maio foram 47.803 exames realizados, com taxa de positividade (com a doença confirmada) de 17,1%. A entidade prevê um aumento acentuado de 40% para as semanas seguintes.

  • Óleo essencial de Vanilla para tranquilidade

Óleos essenciais –  são concentrados extraídos de plantas – caíram no gosto  dos brasileiros. E eu ainda vou falar mais sobre o tema por aqui. Semana passada acompanhei o lançamento do óleo essencial Baunilha de Madagascar, novidade que a doTerra apresentou na Convenção 2022. Entre os benefícios emocionais apontados pela marca estão tranquilidade e sossego. Você sabia que menos de 1% dos aromas de baunilha são reais? E a baunilha é familiar, nostálgica e um dos aromas mais populares do mundo, não é mesmo? Em casa, você pode usar o óleo essencial sobre a pele ou em um difusor que espalha os aromas pelo ambiente. Eu prefiro as duas formas, e você?

  • Cabelos caem mais nos dias frios? Três dicas para evitar

A tricologista Viviane Coutinho elenca alguns cuidados para manter os cabelos lindos e saudáveis com as temperaturas mais baixas. O cabelo deve ser lavado com frequência mesmo no frio, para não acumular resíduos no couro cabeludo e manter a região higienizada. Nos dias frios, os fios demoram mais a secar,  mas não durma com o cabelo molhado para evitar a dermatite seborreica, doença inflamatória caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas no couro cabeludo. Seque o cabelo ao natural. Caso faça uso do secador, coloque em temperatura morna, mantendo uma distância de cerca de 30 cm da cabeça e não deixe de usar o protetor térmico.

  • Livro inédito sobre doença rara CDC

Em uma iniciativa inédita no Brasil, Sandra Doria Xavier, médica e pesquisadora do Instituto do Sono e Fernando da Silva Xavier, médico radiologista e pais de um menino com esta síndrome, e Monica Levy Andersen, Diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono, lançarão o livro  “Cri Du Chat – mais amor, realidade e esperança”, que se propõe a ser uma referência sobre a síndrome de Cri du Chat. A síndrome é conhecida como “miado do gato”. O livro, que aborda também o acolhimento dos familiares, traz relatos de esperança e motivação para lidar com os desafios, as características e os diversos graus de comprometimento neuropsicomotor provocados pela síndrome. O exemplar pode ser adquirido no site www.sindromedecriduchat.com.br.

  • “Mais Próximos Mais Fortes”

Uma exposição itinerante que começou em São Paulo e está programada para Rio de Janeiro, Salvador e Brasília marca a campanha “Mais Próximos Mais Fortes”, para conscientização do Mieloma Múltiplo, doença que atinge cada 4 a cada 100 brasileiros. “A intervenção precoce é sempre o ideal para os pacientes”, alerta o médico Angelo Maiolino, hematologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A campanha é iniciativa da Amgen em Parceria com a International Foundation Latin America.

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