Síndrome do Intestino Irritável pode levar mais de um ano para diagnóstico
Modelo Yasmin Brunet revela sua jornada até a descoberta da doença; campanha alerta população e tem teste gratuito on-line
Um levantamento inédito avaliou a incidência e a jornada da Síndrome do Intestino Irritável (SII) no Brasil. A pesquisa “Pode Ser SII”, realizada pelo Instituto Inception e pela Apsen, em parceria com o Núcleo de Avaliação Funcional do Aparelho Digestivo (Nafad), entrevistou 667 pessoas em todo o país e apontou que até 17% da população — cerca de 36 milhões de brasileiros — pode ser afetada pela doença, principalmente mulheres, que representam 80% dos casos.
Apesar da alta frequência de sintomas, apenas 4,6% dos participantes tinham diagnóstico confirmado, o que reforça o cenário de subdiagnóstico. O estudo revelou ainda que a confirmação pode levar em média 14 meses, com impacto na vida social e profissional: quase metade dos pacientes precisou se afastar do trabalho ao menos duas vezes por conta da doença. O estudo revelou ainda ansiedade (56%) e depressão (32%) como doenças associadas à SII.
A SII é uma condição crônica caracterizada por dor abdominal recorrente, diarreia, prisão de ventre, distensão e gases. Embora não exista exame específico, o diagnóstico é feito por critérios clínicos. O tratamento é individualizado e pode envolver mudanças no estilo de vida, dieta equilibrada, uso de fibras, probióticos e medicações que aliviem os sintomas. Além das questões físicas, a pesquisa mostrou que o preconceito ainda é um desafio: metade dos entrevistados relatou ouvir comentários de descrença ou exagero ao falar da doença. Ansiedade e depressão também aparecem associadas, reforçando a importância de olhar para a relação entre cérebro e intestino.
A modelo e empresária Yasmin Brunet é uma das pessoas que convivem com a síndrome. Ela conta que demorou a entender o que tinha e que os sintomas foram se agravando com o tempo: “Foi um alívio, porque só de saber o que você tem, só de dar um nome para o que você tem, parece que já tira metade do peso das suas costas. Eu não tô ficando maluca, meus sintomas estão aqui, são verdade.”
Yasmin descreveu episódios de grande desconforto, como quando ingeriu alimentos que a inflamavam, resultando em dores intensas e inchaço abdominal: “Teve um dia em específico que eu comi muito cogumelo e em dez minutos minha barriga estava gigantesca, uma dor, um desconforto. Eu já liguei para a minha nutricionista e falei: ‘Eu vou morrer’.” Ela lembra que tinha receio de sair para jantar com as amigas e passar mal.
Para ampliar o conhecimento do público sobre a Síndrome do Intestino Irritável, a Apsen, com apoio do Núcleo de Avaliação Funcional do Aparelho Digestivo (Nafad), lançou a campanha “Pode Ser SII”. Com o mote “Está na hora de fazer as pazes com o seu intestino. Sua relação complicada com o seu intestino pode ser SII”, a campanha destaca como principal serviço um teste rápido e gratuito disponível em: https://podesersii.com.br/
Livro de Alejandro Schujman sobre adolescência chega ao Brasil
O psicólogo e escritor Alejandro Schujman lança no Brasil no próximo dia 15 o livro “Adolescência: um desafio possível”, primeiro título do selo Catarsis, da Catapulta Editores. A obra, já em pré-venda nas principais livrarias e e-commerce, dialoga com a série “Adolescência” e propõe uma nova forma de olhar para essa fase da vida.
Schujman alerta para os perigos da negligência emocional e da solidão dos jovens: “Estamos deixando os adolescentes sozinhos. A nova tragédia coletiva da nossa era é a solidão das crianças e a perda do bom senso dos pais.” O autor defende diálogo, empatia e limites claros como caminhos para reduzir a distância entre gerações.
Setembro em Flor
Uma pesquisa revela que seis em cada dez brasileiras não sabem da relação entre câncer de colo do útero e HPV. De acordo com o levantamento, 57% das brasileiras desconhecem que o HPV é o principal agente causador do câncer de colo do útero e 82% não sabem ao menos uma informação essencial sobre o vírus e o tipo de câncer ginecológico que mata cerca de 19 mulheres por dia no País. A pesquisa Percepção das Brasileiras sobre Tumores Ginecológicos e Práticas de Prevenção foi feita pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), em parceria com o Instituto Locomotiva, e contou com a participação de 831 mulheres nas cinco regiões do Brasil. Esse mês, a campanha Setembro em Flor, criada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), promove a conscientização sobre os cinco principais cânceres ginecológicos.
“Bem me Quer, Bem me Quero” chega à quinta edição
Pelo quinto ano consecutivo, a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA) e a Viatris no Brasil (parte da empresa global Viatris) se unem para a campanha de Setembro Amarelo, “Bem me Quer, Bem me Quero”, levantando discussões fundamentais sobre o cuidado com a saúde mental e, principalmente, sobre o acesso a esse cuidado no Brasil. Este ano, a campanha traz o mote “O que afeta a mente, transforma o corpo”, ressaltando que a ansiedade e a depressão geram repercussões físicas reais, extrapolando os sintomas psíquicos.
Novo tratamento para miastenia
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o medicamento nipocalimabe, um anticorpo monoclonal indicado para o tratamento da miastenia gravis generalizada. A miastenia gravis é uma condição autoimune rara, crônica e grave, na qual o sistema imunológico produz anticorpos que atacam a ligação neuromuscular, interferindo na transmissão de sinais entre nervos e músculos e, consequentemente, prejudicando ou impedindo a contração muscular. A doença leva à fraqueza muscular e pode afetar funções básicas como fala, mastigação, deglutição e respiração. Estudos com o medicamento mostram uma redução rápida e sustentada dos níveis de imunoglobulina G (IgG), uma das causas principais da condição. Os pacientes que receberam a medicação recuperaram funções básicas essenciais e tiveram resultados positivos mantidos por 84 semanas.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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