O perigo de ser, aceitar ou praticar o nazismo sem você perceber

  • Por Jorge Serrão
  • 09/02/2022 14h42
Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo - 17/10/2011 Muro da escola EMEI Guia Lopes, localizada na rua Alferes Bento no bairro do Limão, zona norte da capital, que foi alvo de pichação com símbolos do nazismo Muro pichado em escola na zona norte de São Paulo

O autoritarismo e o totalitarismo são exaustivamente estudados em seus aspectos políticos, econômicos, culturais e psicossociais. Apesar disso, a maioria das pessoas não aproveita ou tem acesso a tanto conhecimento acumulado sobre o tema. Exatamente por isso, pouquíssimas conseguem perceber como o fenômeno despótico afeta seu próprio dia a dia. O pensamento ditatorial (geralmente disfarçado de discurso pseudodemocrático) é distribuído em milhões de mensagens, a todo instante, todo dia. A pandemônica pandemia do Covid-19 escancarou o problema. Muitos conseguiram enxergar e constatar ameaças às liberdades.

Nazismo, fascismo e comunismo são faces do mesmo demônio totalitário. As práticas e propostas (e personagens) do nazismo, do fascismo, do comunismo e seus horrores precisam ser divulgadas e discutidas com base em fatos históricos, não em ideais falsos, travestidos de falsa utopia e ingênua bondade. O nazismo é criminalizado em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Já o fascismo e o comunismo, não. Talvez porque seu modus operandi seja imperceptível ou romantizado. Nazismo matou mais de 6 milhões. Comunismo exterminou mais de 100 milhões. São regimes genocidas. O nazismo claramente acentua a discriminação, a perseguição e até o extermínio das minorias que classifica como inimigas. O comunismo é mais sutil. Os inimigos a serem abatidos podem ser qualquer um que o regime escolha como alvo de perseguição. Mas os três regimes têm algo em comum: dependem da existência de um Estado no qual os dirigentes e a sociedade legitimam e legalizam o abuso de autoridade e de poder.

A postura científica saudável e verdadeira exige que se questione. Responda, se puder e conseguir. Alguns regimes absolutistas, sanguinários e genocidas podem ser exaltados todo dia, em diferentes espaços, como acontece nas propagandas ideológicas? É aceitável conviver com quem defende regimes políticos autoritários? Com quem propaga ideologias totalitárias? Com quem é a favor de formas de repressão abusivas, a tudo e a todos? Com quem pratica cerceamento da liberdade individual? Com quem não respeita a opinião do outro? Com quem acredita que o ódio e a violência podem ser usados na atividade Política? Com quem aceita censura e prega o controle e regulação excessiva dos meios de comunicação? Com quem faz vista grossa para as diferentes formar de corrupção (sobretudo a moral)?

O momento é tenso. Sinistro! O clima tribalista, de todos contra todos, é tóxico, inaceitável e destrutivo. Precisamos fazer autoanálises (ou autocríticas) permanentes. Não podemos aceitar, praticar e, muito menos, embarcar nos autoritarismos. Temos o dever de restabelecer a capacidade de mediação Política. O diálogo aberto, sincero e equilibrado é fundamental em todos os segmentos da sociedade. É imprescindível restabelecer a civilidade institucional, enquanto se combate e neutraliza o crime, a corrupção e a violência. Temos obrigação de dizer um “não rotundo” à barbárie. Sabedoria, serenidade e tolerância nunca foram tão necessários quanto agora. Nazismo, fascismo, comunismo e muitos outros ismos, nunca mais! Lacração, idem! Ideologia é ferramenta de otário. Pense nisso!

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