Candidatos de centro aparecem e apostam em alianças para salvar políticos tradicionais

Polarização provoca desespero nos centristas; partidos se lançam no projeto de crescimento por meio do domínio do Congresso

  • Por José Maria Trindade
  • 26/10/2021 13h53 - Atualizado em 26/10/2021 14h29
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Fachada do palácio do Congresso Nacional Partidos articulam candidaturas para as eleições de 2022

O centro está com trânsito tumultuado. Candidatos lutam por uma aliança entre os setores que estão fora da polarização. Os partidos já contabilizam a dificuldade e se lançam no projeto de crescimento por meio do domínio do Congresso. A disputa maior agora é de eleição de deputados e senadores. A grande peça a ser mexida agora é a filiação do presidente Jair Bolsonaro e seu grupo. Para onde for o presidente, ele leva cerca de 35 deputados e promessa de novas eleições. Garantia de maior partido no Congresso e possibilidade de manter a posição depois das eleições do ano que vem. Três partidos estão neste leilão de ofertas. O PL, do deputado Valdemar da Costa Neto, entrou no jogo, e em vídeo com música clássica de fundo, faz a oferta para o grupo do presidente. O PTB, mesmo com o grande líder preso, o presidente licenciado, Roberto Jefferson, não perde a postura e quer ser o partido escolhido. Mais próximo, o Patriotas, do ministro Ciro Nogueira, se considera um caminho natural, mas em conversas. Até a direção do partido não dá a filiação, ou a volta ao partido, como certa. 

O que está mesmo no horizonte é a polarização que provoca desespero nos centristas. O presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula dominam a cena, mas ainda há possibilidade de mudanças. As chances são mínimas, mas os candidatos se agarram a uma mudança de tendência. O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, é o cândido da vez e se filia ao PSD de Gilberto Kassab. A força do partido está sendo montada milimetricamente filiando lideranças fortes em todos os Estados. O quadro político já está se formando e o desenho será de muitos candidatos ao Palácio do Planalto, e nos Estados a situação deve se repetir, com a primeira eleição nacional depois do fim das coligações proporcionais. 

Os candidatos saem da toca. O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro se aproxima da filiação ao Podemos. Será candidato, e a dúvida é se ele mantém a candidatura à Presidência ou se será candidato ao Senado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foge do novo partido União Brasil para se filiar ao PSD e fica bem próximo da candidatura. A disputa no PSDB entre o governador de São Paulo, João Doria, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, formam o chamado grupo de união e o ex-ministro Ciro Gomes mantém a candidatura dele e tenta atrair o grupo que não quer ficar exposto à polarização. Apesar de todas as articulações, não há quem não tenha a certeza de que a polarização não é “coisa de pesquisa”, mas uma realidade lógica e que desafia os políticos tradicionais.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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