O povo tomou para si o 7 de setembro e a comemoração maior será sempre civil
Nunca mais a data nacional será a mesma depois da grande manifestação deste ano
O sete de setembro foi desmilitarizado. O povo em trajes civis, mas de bandeiras nas mãos, tomou conta das avenidas, praças, ruas e da festa. Coloriu de verde e amarelo avenidas e ruas pelo Brasil afora. Nunca mais a data nacional será a mesma depois desta grande manifestação. O dia da independência mudou e a política está mudando a poder da pressão pública. A velha jovem cidade de Brasília foi sacudida por brasileiros de várias regiões que tomaram conta dos espaços físicos sempre muito vazios aqui em época de feriados prolongados e finais de semana. A Capital Federal se fez representar e esteve quente, lotada e finalmente com jeito e cheiro de brasileiros. A Paulista confirmou o seu destino de ser os olhos políticos do sentimento nacional. Foi tomada mais uma vez e agora de maneira mais forte e definitiva. Houve manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, confirmando que a data entra no calendário cívico como um despertar dos brasileiros.
A dúvida machadiana nunca foi tão atual, “mudou o Natal ou mudei eu?”. O 7 de Setembro mudou? O dia em que Dom Pedro gritou a independência às margens do Ipiranga sempre foi comemorado com desfiles militares. Desde pequeno, aprendi a desfilar pelas escolas marchando como soldados, ou simplesmente acompanhando os grandes desfiles militares, suas armas, fardas, carros e palanque de generais. Há dois anos isso não acontece. A pandemia cancelou os tradicionais desfiles que já funcionaram inclusive como teste de popularidade dos governadores e presidente. Mas agora a visão é diferente, os brasileiros assumiram a alegria da independência.
O ronco das buzinas dos caminhões e ônibus chegando ao Planalto Central anteciparam o que estava previsto. A política é de todos como a Esplanada é o acesso ao poder. Mais de 200 cidades registraram movimentações contra e a favor do governo. Será sempre assim, a data mudou e nunca mais será a mesma. Os quartéis continuarão com os desfiles, formações internas, mas o significado é que mudou. O povo ganhou a data e a comemoração maior será sempre civil. A partir de agora o movimento pode crescer e vai funcionar como termômetro vivo da popularidade dos futuros governos. Que venham os novos momentos políticos e presta atenção: “Vê… estão voltando as flores”.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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