Presidente Bolsonaro desconfia que foi grampeado em inquérito de Alexandre de Moraes

Para sustentar a possibilidade, o mandatário fala da quebra dos sigilos do seu ajudante de ordens, o coronel Mauro César Barbosa Cid

  • Por José Maria Trindade
  • 01/03/2022 12h14 - Atualizado em 01/03/2022 12h16
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo - 11/11/2021 O presidente Jair Bolsonaro, de terno preto, camisa branca e gravata azul, sentado, coça a cabeça em frente a uma parede laranja O presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro desconfia que foi grampeado em inquérito relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Se isso aconteceu, trata-se de acontecimento grave e deve ser avaliado de maneira mais detida. Para sustentar a possibilidade, o presidente fala da quebra dos sigilos do seu ajudante de ordens, o coronel Mauro César Barbosa Cid. A investigação concluída pela delegada Denisse Dias Ribeiro abriu contas de assessores do presidente, e ele diz que ali estavam telefonemas importantes, inclusive com presidentes de outros países. “Ameaçando até a segurança nacional”, afirma. Todos os dados do presidente Jair Bolsonaro nas conversas e telefonemas com o ajudante de ordens estão agora nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, no inquérito sobre o vazamento de investigação da Polícia Federal sobre invasão a computadores do Tribunal Superior Eleitoral

O próprio relatório da Polícia Federal aponta os acessos. Diz o documento que a investigação encontrou informações importantes coletadas na quebra do sigilo telemático do principal assessor do presidente. Cita ainda a delegada, detalhes sobre acesso aos arquivos de nuvens. São os dados armazenados fora do aparelho celular ou computador pessoal. E ela vai a detalhes, demonstrando conhecimento profundo da rotina e da movimentação do aparelho celular do Coronel Cid. O relatório fala em disseminação de notícias promotoras de desinformação.

Para o presidente Jair Bolsonaro, se chegaram aos sigilos do Coronel, chegaram aos sigilos dele. “Converso todos os dias muitas vezes com o meu ajudante de ordens, em ocasiões especiais até de madrugada”, esclarece o presidente, mostrando que todos os assuntos são tratados por telefone com o assessor. Estas informações estão no inquérito da polícia que pede o indiciamento do Coronel Cid. Além deste inquérito sobre a invasão dos computadores da Justiça Eleitoral, o relatório “encontrou provas de que houve ação para divulgar falsas notícias de que a vacina estaria provocando o desenvolvimento da síndrome imunodeficiência adquirida, a Aids. Todos os dados das conversas do presidente com o ajudante de ordens foram incorporados no inquérito das fake news, que também está no Supremo, o 4781. 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.