Josias de Souza: O que acontece no Ceará não é greve, é motim
Policiais militares recusam proposta do governo do Ceará e mantém greve. O grupo de amotinados realizam protestos por aumento salarial invadindo Batalhões da PM e impedindo a saída de viaturas.
“É preciso chamar isso que está acontecendo no Ceará pelo nome correto. O que a PM cearense realiza não é uma greve, é um motim. A Constituição não dá às corporações armadas o direito de greve. A proibição foi confirmada em 2017 em um julgamento do STF. Quando o motim vem ornamentado a uma cenografia que inclui a ocupação de quarteis por policias de armas na mão e capuz na cabeça, a afronta a lei se torna ainda mais eloquente.
Ainda que se admitisse que o conjunto das reivindicações dos PMs do Ceará seja justo, nada justifica que agentes da lei se comportem como bandidos que enrolam camisetas no rosto para não serem identificados em rebeliões nos presídios. Tratar PM encapuzado como grevistas e negociar com tropas rebeladas seria um desrespeito com o cidadão que cumpre as leis — e uma ofensa a ordem democrática.”
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