61% dos agricultores não têm armazém na fazenda
Infraestrutura no Brasil não acompanha evolução da safra
Você sabe que ano após ano o Brasil renova recordes de produção agrícola, não é? Isso é uma boa notícia. Ajuda a garantir oferta abundante de alimentos, favorece exportações e ganhos na economia do país. O desafio é que a infraestrutura não acompanhou a rápida evolução agrícola e, ano após ano, cenas como essa se tornam mais comum: montanhas de milho estocadas ao relento em diversas regiões do país. A situação é fruto da falta de armazéns para guardar, adequadamente, os grãos após a colheita.
Um estudo elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil revelou que o ganho econômico médio do produtor rural que utiliza armazéns chegou a superar 31% nas últimas três safras. Possuir a estrutura de armazenagem permitiu a 3% dos entrevistados venderem o produto em um momento fora da época da colheita, quando os preços costumam ser mais altos. Cerca de 71% dos agricultores entrevistados indicaram que possuíram algum tipo de ganho financeiro com o uso dos armazéns, contra 15,6% dos que não tiveram ganhos e 13,6% dos que não souberam responder. Para a maioria, os ganhos variaram de 6% a 10%. Mas, essa realidade não é para todos. A pesquisa revelou também que, no Brasil, 61% dos agricultores não possuem infraestrutura para armazenar a safra na propriedade, com destaque para as regiões Sul e Sudeste.
As perspectivas para a produção de grãos no Brasil são crescentes. Até 2033, a nossa safra agrícola deverá crescer 24%, segundo o Ministério da Agricultura, e é preciso que essa infraestrutura cresça no mesmo ritmo. O estudo da CNA revela que quase 73% dos produtores que ainda não possuem armazéns investiram se houvesse taxa de juros atrativas. É urgente que os investimentos em infraestrutura avancem para que o agro desfrute de um crescimento sustentável com oferta de crédito e juros competitivos.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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