Agro monitora ‘risco China’ com seca na Ásia e aumento de pressão sob Xi Jinping

Onda de calor somada à política de Covid-19 zero, crise no mercado imobiliário e piora da relação com os EUA pressionam o presidente Xi Jinping

  • Por Kellen Severo
  • 29/08/2022 09h00 - Atualizado em 29/08/2022 11h25
Mark Schiefelbein/EFE Xi Jinping Contexto de seca, Covid zero e riscos no setor imobiliário devem gerar um efeito dominó sobre Xi Jinping

A seca que atinge algumas províncias da China deve elevar o número de problemas que o país atualmente enfrenta. A onda de calor que afeta a segunda maior economia do mundo desde o fim de julho forçou algumas fábricas a paralisaram temporariamente as atividades e também está prejudicando a produção agrícola. Um dos pontos de contágio dessa seca é a área econômica. Com uma situação já agravada pelos impactos dos lockdowns e problemas no mercado imobiliário, o Itaú Unibanco projeta uma desaceleração do gigante asiático. A expectativa do banco é de um crescimento de cerca de 3% a 3,2% com viés para baixo, contra 5,5% da meta do país. Para o agronegócio, a situação da China sempre importa pela importância comercial da relação. A onda de calor impactou uma região do país responsável por 70% da produção de arroz e também relevante em outras culturas, como milho, soja e trigo. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revela que para o arroz é possível que o Brasil não seja beneficiado, pois há outros fornecedores logisticamente mais próximos, como Índia, Paquistão e Vietnã. Porém, a depender dos desdobramentos da seca e com a abertura recente do mercado brasileiro do milho , há possibilidade de alguma demanda chinesa adicional.

A Arko Advice revela que politicamente esse contexto de seca, Covid zero e riscos no setor imobiliário devem gerar um efeito dominó que vai pressionar o presidente Xi Jinping justamente em ano de convenção do partido comunista chinês. A onda de calor tem afetado a geração de energia em usinas termelétricas e o transporte de navios por conta do baixo nível dos rios. Por esses e outros fatores, a válvula de escape de Xi pode ser tentar tentar dar demonstração de força e realizar mais exercícios militares em Taiwan, revela a consultoria. A tensão entre Estados e China neste tema Taiwan continua no radar. A China é o principal principal parceiro comercial do Brasil e a segunda maior economia do mundo. O que acontece lá importa muito pra gente por aqui e situações que demonstram aumento no ‘risco-China’ são monitorados a todo momento.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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