Agro pede a Pacheco que devolva MP que taxa o setor

Presidente do Congresso pediu que bancada do agronegócio apresente uma justificativa constitucional e jurídica 

  • Por Kellen Severo
  • 10/06/2024 10h21 - Atualizado em 10/06/2024 15h02
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Reprodução/Jovem Pan News Pedro Lupion concede entrevista para o Hora H do Agro Pedro Lupion concede entrevista para o Hora H do Agro

A Frente Parlamentar da Agropecuária quer que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolva a MP 1227/2024, que restringe o uso de crédito tributário de PIS/Cofins para o abatimento de outros impostos e acaba com o ressarcimento do crédito presumido. Na prática, a medida onera vários setores da economia brasileira e também o agronegócio. Confira a entrevista com o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR):

Como é que o senhor e a bancada do agro estão trabalhando para rejeitar essa medida provisória? Nós temos feito tudo aquilo que é possível ser feito como frente parlamentar e como um grupo organizado do Congresso, aliás uma forte frente parlamentar. Juntamos uma coalizão de frente parlamentares, são mais de 20, quase 30 frentes parlamentares em uníssono pedindo para o governo que recolha essa medida provisória ou que o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, a devolva. Caso ele não consiga isso, a instalação imediata do grupo de trabalho é que ela seja rejeitada já nesse grupo de trabalho, nessa comissão mista de análise da Medida Provisória. É uma maldade, é uma irresponsabilidade, uma Medida Provisória extremamente agressiva e, principalmente, sem preparar terreno para isso.

O senhor já conversou com o senador Pacheco. O que ele disse? Há uma intenção de devolver? A devolução de uma Medida Provisória é o ponto mais radical e a atitude mais radical que pode ter um presidente do Congresso. Isso já aconteceu, se não me engano, meia dúzia de vezes no governo passado. No governo Bolsonaro foram duas vezes que ocorreu. Falei, sim, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ele pediu à assessoria jurídica do Senado e consultores que lhe deem uma justificativa constitucional e jurídica para essa devolução. Mas, enquanto isso não acontece, a gente tem que jogar com as armas que nós temos. Agora é o exercício de pressão e de demonstração de que essa Medida Provisória é completamente fora de propósito.

O que o senhor enxerga de oportunidades de curto prazo mais rápido possível para reverter esse cenário? Nosso deadline, vamos dizer assim, é tentar sanar isso o mais rápido possível. No dia 4 de junho, que ela foi protocolada, ou seja, que entrou em vigência, que ela foi editada essa medida provisória, ela passou a valer. Temos um prazo fiscal de fim de mês quando haveria essa devolução de créditos e que as empresas contam com essa possibilidade. Nós teríamos até o final do mês para solucionar, não podemos em hipótese nenhuma passar do dia 30 de junho. Eu espero que a gente consiga resolver isso muito antes, tá? A gente tentar resolver isso ainda nesta semana  Nós estamos trabalhando, trabalhando e vendo os números. A gente viu os números que o André Nassar apresentou da Abiove, praticamente R$ 6 bilhões de impacto na soja. Carnes: mais R$ 2 bilhões de impacto. No cooperativismo, nós estamos falando em quase R$ 80 bi de impacto em todas as cadeias do cooperativismo. O pessoal do minério está extremamente preocupado, o pessoal da indústria está se mobilizando. Então, o governo conseguiu a unanimidade que tanto sonhava, né? De ter todo o Congresso e toda a sociedade contra ele.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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