Agro teme terceira safra seguida sob influência do La Niña
Continuidade do fenômeno na temporada 22/23 não é consenso entre meteorologistas
Em relatório divulgado no início deste mês, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) indicou que há 53% de chances de o La Niña continuar presente no trimestre de junho a agosto. Em dezembro, a previsão era de 22%. O aumento no percentual de chances para ocorrência do fenômeno na temporada 22/23 gerou temor entre agricultores do Centro-Sul do Brasil, já que as recentes quebras de safra por falta de chuva ocorreram durante a presença do La Niña e seria difícil lidar com novas e grandes perdas de produção agrícola pelo terceiro ano seguido. Os vizinhos argentinos também estão monitorando atentamente a possibilidade de um terceiro La Niña impactar a safra deles, já que o fenômeno pode gerar chuvas abaixo do normal em áreas produtoras do país.
A continuidade do La Niña na temporada 22/23 não é consenso entre meteorologistas e nem há consenso se a presença do fenômeno vai gerar problemas climáticos para a produção da América do Sul. O agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio dos Santos, me disse que consulta 7 diferentes modelos climáticos e que apenas um, o da NOAA, está indicando a ocorrência do La Niña no inverno. Segundo a consultoria, a última vez que tivemos três safras seguidas com o fenômeno climático foi na década de 1950, e os dados sobre o que ocorreu na época são escassos. Com ou sem a presença do fenômeno La Niña, o que é certo é que precisamos colher uma safra farta para garantir renda no campo e alimentos mais baratos ao redor do mundo.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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