Banco prevê alta de preço para a soja em 2023
Ameaça de escassez de insumo pode limitar oferta e elevar cotações, diz Rabobank
O Rabobank projeta preços da soja mais altos na safra 22/23 do que o observado na temporada 21/22 e também acima da média dos últimos 5 anos. Em estudo divulgado nesta semana, o banco holandês afirma que a ameaça de escassez de insumos agrícolas pode limitar não apenas o aumento da área plantada, mas também a produtividade e, por consequência, a oferta de soja no Brasil, o que sustentaria os preços. Para a soja, neste contexto apontado, a estimativa é que as cotações variem entre R$ 147 a R$ 211 por saca, atingindo uma média de R$ 179 na temporada, acima dos R$ 170 por saca registrados em março, em Sorriso (MT) nesta temporada 21/22. O patamar projetado pelo banco também está acima da média de R$ 124 por saca observada nos últimos 5 anos.
A quebra da produção brasileira de soja por conta de problemas climáticos, a guerra na Ucrânia e a desvalorização do real são alguns dos fatores que ajudam a explicar os atuais patamares historicamente altos da commodity. Para o futuro, a análise altista está ancorada em incertezas ligadas à produção da safra nova, que somente começará a ser semeada em setembro. Até lá, os insumos essenciais para as lavouras precisam chegar. Cerca de 85% dos fertilizantes usados no agro são importados e a Rússia é um dos principais fornecedores. É bom lembrar que até o momento, as compras vindas da Rússia chegaram dentro da normalidade. Já para o futuro, o Itaú BBA indicou que os impactos da guerra poderão ser refletidos nos portos com diminuição dos volumes que precisam chegar.
Temos 90 dias cruciais pela frente para entender a dinâmica de chegada dos insumos e as ameaças efetivas para a safra de verão no Brasil. Até o momento, considero que não há alto risco de falta de produto, já que as importações continuaram a ocorrer, alguns agricultores vão diminuir o uso de adubo, outros fertilizantes alternativos serão utilizados e há um grande esforço de indústrias, governo e associações do agro na direção de impedir uma ruptura na oferta que signifique problemas à produção. Precisaremos acompanhar.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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