Brasil deve manter liderança mundial na soja em 2022

Área plantada deve crescer 3,6% e se aproximar de 40 milhões de hectares semeados; estimativa é que ocorra um novo recorde de produção com 141,2 milhões de toneladas

  • Por Kellen Severo
  • 27/08/2021 10h00 - Atualizado em 27/08/2021 10h06
DIRCEU PORTUGAL/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Na foto, trabalhadores rurais, caminhão, colheitadeira durante colheita de soja. Semeadura da safra de soja no Brasil começa em cerca de 10 dias

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou as primeiras estimativas para a safra 21/22 no Brasil. A área plantada com soja deve crescer 3,6% e se aproximar de 40 milhões de hectares semeados. A estimativa é que ocorra um novo recorde de produção com 141,260 milhões de toneladas. Se as condições climáticas se mostrarem favoráveis, o Brasil deve continuar como maior produtor mundial em 2022, à frente dos Estados Unidos e Argentina. O produtor rural está investindo na cultura que está com preços internacionais elevados, é favorecida pela alta do dólar e registra expectativas de aumento nas exportações e esmagamento. A semeadura da safra de soja no Brasil começa em cerca de 10 dias. Mesmo com cenário positivo, há preocupações relevantes como os altos custos de produção, afetados pela escassez de matéria-prima e desafios logísticos na pandemia, e o risco climático, já que a presença do fenômeno La Niña pode diminuir a ocorrência de chuvas em algumas áreas do país.

O superintendente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Bruno Lucchi, avalia os riscos da crise hídrica e da escassez de contêineres para a nova safra. “Na questão do clima, a gente está vendo a dificuldade que vamos ter numa possível crise hídrica, já instalada em algumas regiões, e a questão energética, que pesa muito para sistemas produtivos que vão usar a irrigação. Duas La Niñas seguidas é algo que, a depender da região, se não tiver seguro, é algo que abala o caixa, se não tiver seguro dificulta a tomada de crédito. Na questão do coronavírus, a gente está vendo escassez de contêineres e dificuldades em portos em função da nova variante do coronavírus. É algo que temos preocupação se vai se intensificar, pois atrapalha muito as exportações”, afirma. Mesmo com várias preocupações no radar, a rentabilidade positiva incentiva a ampliação de área de diversas culturas em 21/22. O milho também terá incremento de 3% com mais de 20 milhões de hectares dedicados ao grão. A estimativa é que a produção total atinja 115,9 milhões, alta de 33% em relação ao ciclo atual. Se a safra for boa, os estoques podem se recuperar. A temporada 21 está chegando ao fim com o menor nível de estoques da história.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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