Carbendazim: Anvisa decide sobre banimento de fungicida em agosto

Agroquímico é um dos mais utilizados nas lavouras brasileiras e proibição poderá aumentar custos de produção; alguns defensivos substitutos valem até 400% mais, aponta estudo da CNA

  • Por Kellen Severo
  • 04/07/2022 08h49 - Atualizado em 05/07/2022 12h51
Wenderson Araujo/Trilux/CNA Defensores agrícolas, agronegócio No Brasil, 24 empresas trabalham atualmente com o carbendazim, segundo dados do Ministério da Agricultura

Em junho, a Anvisa surpreendeu o agronegócio ao suspender cautelarmente o defensivo agrícola carbenzadim, um dos mais utilizados em lavouras do Brasil.  A medida proíbe a importação, produção, distribuição e comercialização do produto até que a reavaliação da substância seja concluída. Em agosto, sairá a decisão sobre o banimento ou não do agroquímico. A reavaliação avalia o perfil de segurança dos produtos. Atualmente, no Brasil, 24 empresas trabalham com o carbendazim, segundo dados do Ministério da Agricultura. São mais de 42 produtos formulados e 33 técnicos à base da substância.

A suspensão do ingrediente ativo carbendazim poderá trazer impactos severos ao bolso do agricultor e pressionar até a inflação dos alimentos, projeta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Isso porque o fungicida é utilizado em culturas como soja, milho, trigo, feijão e algodão. Para algumas delas, os produtos substitutos disponíveis no mercado podem custar até 400% a mais. A alta no custo de produção poderá encarecer alimentos da cesta básica para o consumidor brasileiro, via itens como o feijão, por exemplo. Neste momento, a Anvisa realiza uma consulta pública sobre o tema, e até 8 de agosto deverá sair a decisão final sobre a proibição permanente ou não do carbendazim. Regulações como essa costumam ter impactos importantes na cadeia agro e precisam ser monitoradas.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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