Chance de ocorrência do La Niña sobe para 69%, aponta órgão dos EUA

NOAA elevou de 59% para 69% a probabilidade do fenômeno entre junho e agosto

  • Por Kellen Severo
  • 13/05/2022 08h43
Dirceu Portugal/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 27/12/2021 Plantação de soja em Campo Mourão em um dia de céu aberto La Niña afeta o regime de chuvas e pode prejudicar produção de alimentos como a soja

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos atualizou nesta semana as chances de incidência do La Niña. De acordo com o instituto meteorológico norte-americano, a possibilidade de ocorrência do fenômeno no trimestre de junho, julho e agosto subiu de 59% no início de abril para 69% agora no boletim de maio. Outro destaque importante é que a NOAA revelou a possibilidade de o La Niña voltar a ganhar força entre a primavera e o verão do hemisfério sul. A possibilidade de ocorrência do fenômeno acontecer entre os meses de outubro, novembro e dezembro, por exemplo, subiu para 61%, contra 54% na projeção do mês passado.

A Climatempo afirma que já trabalha com a projeção de ocorrência do La Niña até o fim do ano e a maior preocupação é com o Sul do Brasil, especialmente com o Rio Grande do Sul. O agrometeorologista Celso Oliveira ressalta que a previsão do tempo não indica a chegada das chuvas na primavera, início da época de plantio. Ele também comenta que há perspectiva de umidade abaixo da média para o Estado e piora do quadro durante o verão na região. Na visão da Rural Clima, há, sim, chances de as chuvas não chegarem tão cedo em áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste e o plantio da safra de soja, por exemplo, não ser tão adiantado como na temporada 21/22. Mas, a empresa não acredita que haverá um atraso expressivo na semeadura, como ocorreu no ciclo 20/21.

Vale lembrar que atualmente o Brasil passa pela terceira safra seguida sob a influência do La Niña. O fenômeno costuma ter influência no regime de chuvas, que tende a aumentar para o Norte e Nordeste e diminuir em parte do Centro-Sul do Brasil. Estamos torcendo para o La Niña não prejudicar a produção de alimentos por aqui. O mundo conta com a produção brasileira para recompor os baixos estoques mundiais e, para que isso ocorra, São Pedro precisará nos dar uma mãozinha.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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