Combustível: Agro está sem previsão de alívio no custo

Altas do dólar e do petróleo favorecem reajustes de preço do diesel em 2021

  • Por Kellen Severo
  • 15/11/2021 10h00 - Atualizado em 15/11/2021 12h20
Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil Duas bombas de combustível azuis Brasil ocupa a 106ª posição em ranking global dos países com o diesel mais caro, segundo o Global Petrol Prices

A alta nos preços dos combustíveis coloca pressão adicional aos já elevados custos de produção da agropecuária em 2021 e não há no radar previsão de alívio. A valorização do petróleo no mercado internacional e a alta do dólar são alguns dos fatores que explicam os reajustes de preço. Por hora, não há expectativas de que eles devam ceder muito nos próximos meses. O dólar pré-pandemia valia algo como R$ 4 e agora está na casa dos R$ 5,50. Questões fiscais e ano eleitoral são fatores altistas para câmbio, ou seja, também para os combustíveis, já que aproximadamente 25% do diesel que o Brasil utiliza é importado, de acordo com dados da consultoria StoneX. O petróleo está nas máximas dos últimos anos, ao redor de 80 dólares por barril, e os sinais de falta de oferta e demanda energética aquecida no mundo devem contribuir para firmeza das cotações.

Apesar dos sucessivos reajustes, o diesel do Brasil não está entre os 100 mais caros do mundo. Segundo o ranking Global Petrol Prices, que monitora semanalmente o preços de combustíveis e energia em 168 país, o litro de diesel mais caro está em Belize, onde é pago R$ 31,47 por litro, depois vem Hong Kong, com R$ 12,63 e Suécia, com R$ 12,49. Na posição 106 do ranking, com o litro valendo R$ 5,33, aparece o valor pago pelo brasileiro. Sem previsão de alívio nos preços de combustíveis, o setor agropecuário já sabe que terá uma pressão adicional de custo com o diesel para plantar, colher e também para o frete que vai transportar a safra em desenvolvimento nos campos. Será que há um limite para a alta do diesel? Ninguém se arrisca a dizer. Sem essa resposta, cabe ajustar a planilha e tentar acertar na comercialização, já que a temporada 21/22 já tem um dos mais altos custos da história em fertilizante, defensivos, sementes, mecanização e, claro, combustíveis.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.