Consultorias projetam quebra da safra de milho devido a problemas climáticos

Em áreas do Paraná, há relatos de mais de 30 dias sem chuvas agrícolas; uma das empresas que monitoram o agronegócio refez sua estimativa de produção com 10 milhões de toneladas a menos

  • Por Kellen Severo
  • 10/05/2021 08h13
Roberto Gardinalli/Futura Press/Estadão Conteúdo - 05/04/2021 Espiga de milho ainda coberta pelas folhas, com alguns grãos aparentes, aparece em primeiro plano em plantação na cidade de Limeira Mercado de milho impacta vários elos da economia, desde a alimentação humana até a produção de biocombustível

Consultorias privadas estão revisando as projeções para a produção da segunda safra de milho no Brasil. A Safras&Mercado cortou em cerca de 10 milhões de toneladas a estimativa de produção, que estava em 80,7 milhões de toneladas e foi para 70,8 milhões agora em abril. O tempo seco e quente levou outras empresas a também mudarem os números. A Stonex cortou em quase 5 milhões a projeção e espera pouco mais de 72 milhões de toneladas. A Datagro acompanhou os cortes, mas ainda projeta rendimento superior, com 81 milhões de toneladas. O governo afirma que está revisando as projeções, mas por enquanto mantém a previsão de 82 milhões, o que seria uma produção recorde para a segunda safra.

Os problemas climáticos geram projeção de oferta menor. Em um contexto global em que há escassez, os preços sobem ainda mais. Na última semana, o milho negociado da Bolsa de Chicago superou US$ 7 por bushel e atingiu a maior cotação desde 2012. No mercado brasileiro, foram reportados negócios à vista por mais de R$ 100 a saca, um recorde. A estiagem está deixando agricultores de várias regiões do Brasil apreensivos. Em áreas do Paraná, há relatos de mais de 30 dias sem chuvas agrícolas. Com tamanha incerteza sobre a produção, a comercialização da safra está praticamente parada, já que não se sabe ao certo o que será colhido. O mercado de milho impacta vários elos da economia, desde a alimentação humana, em que o cereal é amplamente usado, até o segmento de ração para pet e produção de carnes, biocombustíveis. A quebra de safra, se confirmada, manterá custos pelos próximos meses.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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