Criptomoeda do café chega ao mercado em 1º de julho

Coffee Coin é opção para vender a safra e diversificar investimentos no agronegócio

  • Por Kellen Severo
  • 16/06/2021 10h01
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Pixabay Grãos de café saindo de uma xícara laranja derrubada em cima de um pires Coffee Coin será uma criptomoeda lastreada em café do Brasil

A Minasul, Cooperativa Agroindustrial de Varginha, está aguardando os últimos detalhes da regulamentação para no dia 1º de julho negociar no mercado a Coffee Coin, criptomoeda lastreada em café do Brasil. As criptomoedas são moedas digitais que existem no ambiente virtual. Elas usam a tecnologia chamada blockchain, que permite criar ativos digitais e contratos inteligentes protegidos por sistemas de criptografía. No mundo das criptomoedas, existem as stablecoins, que são atreladas a ativos tradicionais. No caso da Coffee Coin, ela é lastreada no café.

No processo de modernização e digitalização do agronegócio brasileiro, a cooperativa com mais de 60 anos de história e 8,5 mil pequenos e médios cafeicultores associados resolveu criar a própria criptomoeda. O diretor de novos negócios da Minasul, Luis Henrique Albinati, explica que o agricultor quer diversificar investimentos e inovar nas formas de vender o produto. “Em julho nós vamos ter no mercado uma nova stablecoin disponível e todos que tiverem interesse poderão participar do mercado de café tendo na sua mão um ativo que tem lastro físico no café custodiado pela nossa cooperativa. Isso dá uma nova opção de investimento aos nossos produtores de comercializar o café, fazendo com que o token do Coffee Coin seja uma forma de pagamento. Por que não?”, questiona.

Nesse contexto de finanças digitais, a cada dia se discute mais a tokenização do agro, que funciona como um processo de securitização. O token é um contrato digital que tem representação em um ativo real. Para que as oportunidades desse mercado sejam capturadas, é preciso demonstrar as possibilidades da tecnologia, diz Rodrigo Borges, diretor da Sppyns, empresa que atua na área de criptomoedas. “Você pode vender antecipadamente cotas de uma produção, direitos de uma produção ou direito de troca de uma forma mais simples. Parece que é tudo que o produtor quer e que os investidores querem. Que as trocas sejam mais simples, mais fáceis e que você tenha uma redução de complexidade nesse processo.” A revolução das criptomoedas não pode mais ser evitada. O agronegócio já percebeu isso e começou a surfar a onda. A Coffee Coin é uma iniciativa pioneira e certamente vai inspirar novos olhares para as finanças digitais e a tokenização de ativos agrícolas.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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