Custo do frete pode renovar recorde no segundo semestre

Esalq/Log apontou em março o maior valor da história a R$ 435 por tonelada

  • Por Kellen Severo
  • 06/04/2022 09h00 - Atualizado em 06/04/2022 21h17
André Lessa/Estadão Conteúdo - 02/09/2010 caminhões de carga e fretes trafegando pelo Rodoanel no trecho entre a Rodovia Castelo Branco e Rodovia Raposo Tavares Caminhões de carga e fretes trafegam pelo Rodoanel no trecho entre as rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares

A recente elevação dos preços dos combustíveis no Brasil já impacta o setor agro. Há de se gastar mais para manter as máquinas funcionando dentro da porteira. Do lado de fora, o custo também aumentou com os fretes. Um levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a alta do óleo diesel, impactada pela valorização do petróleo no mercado internacional, fez os valores subirem até 118% no Paraná entre janeiro e fevereiro.

Em março, o frete rodoviário entre Sorriso, em Mato Grosso, até Santos, em São Paulo, atingiu o maior valor da história, a R$ 435 por tonelada, segundo o Grupo de Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log) —a alta foi de 25% ante março do ano passado. E se o barril do petróleo continuar acima de US$ 100 e o dólar acima de R$ 4,50, a expectativa é que os custos para transporte da safra renovem recordes no segundo semestre. De acordo com o coordenador do grupo de logística agroindustrial Esalq-Log, Thiago Péra, além de petróleo e dólar, o aumento da demanda por caminhões para transportar o milho segunda safra aos portos, a alta demanda externa para o grão brasileiro, as novas janelas de exportação para soja e o reajuste de pedágio ajudam a explicar o cenário projetado.

Apesar da recente queda do dólar, a alta incerteza ligada ao mercado de petróleo permanece com a guerra na Ucrânia, o que mantém o cenário altista para combustíveis no radar. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis citou nas últimas semanas que ainda há defasagem em relação ao preço praticado para o diesel no mercado interno em relação ao internacional. Uma safra de custos altos já é uma realidade no setor agropecuário brasileiro e não há sinais animadores de queda no custo de combustíveis num horizonte de curto prazo que possa dar alívio ao setor para o transporte de alimentos.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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