Disparada do dólar eleva preço de fertilizantes no Brasil
Moeda subiu 13,6% em 2024 e está no mais alto patamar em 2 anos
O dólar atingiu nesta semana o mais alto patamar em 2 anos e meio e atingiu a máxima de R$ 5,70. No ano, a moeda norte-americana acumulou alta de 13,6%. Entre os motivos estão o aumento da percepção do risco fiscal no Brasil, as recentes falas do Lula com sinais de intervenção no Banco Central e a alta dos juros nos Estados Unidos. O banco C6 atualizou projeções e elevou para R$ 5,50 a taxa para o fim de 2024 e R$ 5,80 para o fim de 2025. O movimento de alta do dólar já impactou o mercado de fertilizantes, insumo que o Brasil importa 80% do que usa nas lavouras. Na variação mensal entre junho e julho, considerando a 1ª semana deste mês, o dólar avançou 9,7%. O MAP, base porto saiu de R$ 2950 para R$ 3400/tonelada (+9,8%). O KCl, base Porto de R$ 1650 para R$ 1800/tonelada (+12,1%). O dólar foi um dos principais puxadores na alta do preço.
A consultoria Stonex apontou que o estouro do dólar freou compras, já que agricultores estão esperando alguma estabilização para voltar ao mercado. A valorização da moeda norte-americana, por outro lado, tem ajudado a sustentar o preço da soja e impedido piora maior na relação de troca entre a commodity e o insumo agrícola. Outros fatores como frete marítimo, limite de exportação de adubo de grandes participantes como a China também estão no radar do agro. Em um cenário de mudanças cada vez mais rápidas nos mercados, os produtores têm procurado investir mais e mais em gestão do risco para evitar piora nas margens, decisão acertada, já que um erro no momento de decisão para compra e venda pode custar muito caro com tamanha variação cambial.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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