Eleições no Congresso estão na mira do agro

Arko Advice aponta favoritos na Câmara e Senado e impactos para pautas o setor

  • Por Kellen Severo
  • 30/01/2023 10h00
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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Fachada do palácio do Congresso Nacional Posse dos novos congressistas está marcada para a quarta-feira, 1º

Os deputados e senadores eleitos no ano passado tomarão posse nesta semana, no dia 1º de fevereiro. No mesmo dia, os parlamentares também vão eleger a nova Mesa Diretora, com destaque para os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Os cargos são de extrema importância, pois além de estarem na linha sucessória da presidência da República, os presidentes das duas Casa definem, por exemplo, o que será votado no plenário das casas, determinam a ordem de análise dos projetos, desempatam votações e até retiram projetos de pauta. Ou seja, eles têm o poder de acelerar ou atrasar a votação de propostas. Para o agro, o principal interesse é saber quem são os favoritos para ocupar essas cadeiras e entender qual o poder que o novo governo terá no Congresso, especialmente porque importantes pautas que afetam o setor aguardam análise. Em entrevista com o diretor de estratégia da Arko Advice, Thiago Aragão, ele mencionou quais os parlamentares têm mais chances de vencer as eleições no Congresso e quais os impactos na priorização de pautas do agro.

Quem deve ser o novo presidente da Câmara e do Senado? A história já nos mostrou que cravar um nome ou outro por maior que seja o favoritismo às vezes não dá certo, basta lembrar a eleição de Severino Cavalcanti há alguns anos. Mas hoje tem um favorito claro na Câmara, que é o Arthur Lira, e tem um favorito não tão claro, que é o senador Rodrigo Pacheco, que encontra ainda pelo menos um oponente claro, que é o Rogério Marinho, apesar de ele ter o favoritismo. Mas na Câmara, a situação está caminhando para ser a favor do Lira.

Pautas do agro têm chances de ser aprovadas em breve? Ainda é muito cedo por conta da formação das comissões, que vai ocorrer após a eleição. O Arthur Lira tem perfil mais flexível nas negociações apesar de ter perfil pró- mercado, pró empreendedorismo e ele já demonstrou interesse em várias dessas pautas. Agora, a questão é que ele tem que alinhar pautas com Executivo para que não tenham rupturas, os dois lados – tanto Legislativo quanto Executivo, entendem que as fraturas que podem existir no relacionamento entre eles muitas vezes tem um resultado difícil de ser solucionado, que muitas vezes o preço do apoio que o executivo paga em termos de nomeações e emendas no orçamento acaba ficando alto demais. Vai existir, pelo menos no começo, uma cautela para que pautas sejam aprovadas sejam coordenadas com o executivo mas a ideia e a cabeça do Lira não vai mudar, ele segue com perfil mas mercado e empreendedor, e aí cabe a ele e a definição da mesa e comissões para ver como essas peças vão atuar de uma forma mais concreta para gerar resultado.

Qual será a força de Lula no Congresso? A força de Lula vai ser colocada à prova de mês a mês. O apoio que ele já deu à eleição do Lira é importante porque o que prejudicou relacionamento da Dilma com o Congresso e que acabou resultando em um impeachment foi a traição que o executivo deu em relação a eleição do Cunha, ele apoiaram o Cunha e depois vieram com outro candidato Se o relacionamento se manter transparente, vão ocorrer derrotas, mas pode ser que ocorram mais vitórias, não seria só do Executivo, elas serão compartilhadas. No momento em que tivermos derrotas do Executivo, isso representa uma vitória para o Legislativo em determinados pontos. Cabe ao observador do agro entender e saber onde serão as suas batalhas, porque vão haver batalhas concentradas no Executivo e outras ele vai esperar uma vitória do Legislativo. Muitas vezes essas batalhas não são públicas, mas percebemos em cima de outras votações. Quando você tem presidente da Câmara votando pautas do agro mas que não são de interesse do governo, isso é uma mensagem que está sendo dada para votações futuras que podem sim ser ajustadas e acabar culminando novamente em convergência.

Veja a entrevista completa no vídeo abaixo: 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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