Ferroviários iniciam greve no Canadá, e agro brasileiro teme efeitos

Interrupção na logística de distribuição de potássio é preocupação para agricultores no Brasil

  • Por Kellen Severo
  • 21/03/2022 10h56
Dan Loran/Unsplash Trem vermelho da Canadian Pacific, com as inicias CP na frente, em branco, sob trilho Locomotiva da Canadian Pacific, uma das principais companhias ferroviárias do Canadá

O ministro do Trabalho do governo do Canadá, Seamus O’Regan, postou no Twitter que a paralisação dos ferroviários começou no domingo, 20. Segundo ele, as negociações entre a Canadian Pacific e o sindicato de trabalhadores continuam na tentativa de se chegar a um acordo. Salários e benefícios estão no centro da disputa, que levou à interrupção das operações da segunda maior ferrovia do país. O agronegócio brasileiro teme que a distribuição de fertilizantes, como a do potássio, adubo importado do Canadá, seja afetada. O Canadá, a Rússia e Belarus são os principais fornecedores de potássio para o Brasil.

De acordo com informações da Agência Bloomberg, a Canadian Pacific é a principal ferrovia para a distribuição de potássio da região canadense de Saskatchewan para os mercados estrangeiros. Isso significa que, com a greve, há riscos de ruptura na cadeia logística e eventuais atrasos para entrega da matéria-prima. Em Saskatchewan estão localizadas pelo menos seis minas de potássio da Nutrien, a maior produtora do mundo e fornecedora do agro brasileiro.

Ainda assim, a greve de ferroviários no Canadá deve ser um problema pontual para o mercado de fertilizantes, avalia a consultoria StoneX. Mesmo que seja um problema pontual, a paralisação é um desafio a ser gerido. Dados da StoneX apontam que a demanda está cerca de 25% superior à oferta de potássio no mercado global, o que significa que atrasos logísticos podem gerar pressão adicional aos já altos preços de fertilizantes.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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