Greve de ferroviários no Canadá é risco para mercado de fertilizantes
Funcionários da segunda maior ferrovia do país ameaçam entrar em greve até o domingo; Brasil um dos maiores importadores deste insumo no mundo
Trabalhadores da segunda maior ferrovia do Canadá, a Canadian Pacific Railway, ameaçam entrar em greve nos próximos dias. Se a interrupção no serviço logístico for confirmada, haverá efeito no transporte de fertilizantes com potenciais impactos para o agro do Brasil. A imprensa canadense aponta que cerca de 3 mil funcionários, entre engenheiros de locomotivas e condutores, podem deixar o trabalho no início da manhã de domingo se não houver acordo. Diz ainda que a empresa informou que o sindicato rejeitou a proposta que continha planos com salários e benefícios e que os representantes dos trabalhadores fizeram demandas adicionais, o que mantém o ambiente de negociação.
A notícia é relevante para o setor agrícola brasileiro, já que somos um dos maiores importadores de fertilizantes no mundo, e o Canadá, um dos principais fornecedores de potássio. Uma eventual ruptura nas cadeias logísticas geraria atrasos e riscos de oferta em um mercado que já registra um dos preços mais altos da história. Em três semanas, cloreto de potássio subiu 38%, de acordo com dados da Agrinvest Commodities. A consultoria distribuiu comunicado aos clientes dizendo que acredita que a empresa canadense fará grandes esforços para evitar uma paralisação, mas que o cenário exige atenção dos produtores brasileiros.
A ministra da agricultura, Tereza Cristina, voltou há poucos dias do Canadá. Há expectativas de que as companhias de lá aumentem a oferta do insumo para o Brasil em torno de 10% na temporada 22/23, o que significaria algo em torno de 400 mil toneladas a mais. Vamos acompanhar o desdobramento das negociações com os canadenses com a esperança de que um acordo ocorra e impeça uma nova ruptura na cadeia de fertilizantes com potencial de impactar oferta e mercado de adubo para os brasileiros.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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