Preço do milho cai ao menor patamar do ano

Início de colheita e expectativa de safra recorde pressionam cotações no Brasil; indicador caiu para R$ 84,80 por saca, um dos menores valores desde o início de dezembro de 2021

  • Por Kellen Severo
  • 08/06/2022 09h00
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo - 18/07/2017 Plantação de milho vista durante belo dia de céu azul, com uma espiga em primeiro plano Plantação de milho no município de Sorriso, no norte do estado do Mato Grosso

O preço do milho atingiu o mais baixo patamar do ano nesta semana em locais como Rio Verde (GO), Chapadão do Sul (MS) e Campinas (SP), de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu para R$ 84,80 por saca, um dos menores valores desde o início de dezembro do ano passado em termos nominais. O início da colheita do milho segunda safra e a perspectiva de produção recorde são apontados como fatores que explicam a queda. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita do grão está adiantada, com 3% da área colhida no Brasil, acima dos 0,8% observados no mesmo período do ano anterior. A Conab prevê produção recorde, acima de 87,5 milhões de toneladas.

A projeção do Itaú BBA é que no curto prazo o preço do milho no Brasil seja pressionado pela entrada de uma safra farta. O banco acredita, que apesar de alguns problemas climáticos observados em cinturões agrícolas, a colheita deverá render entre 85 e 88 milhões de toneladas e reduzir os prêmios locais em relação ao mercado internacional, trazendo alívio aos preços no curto prazo. No longo prazo, o cenário de oferta mundial de milho está apertado e será preciso até três safras para estabilizar o quadro de oferta impactado por quebras de produção e guerra na Ucrânia. O grão já operou em patamares recordes neste ano, como em março, quando foi cotado a RS 103,90 base Campinas. As incertezas relacionadas ao escoamento da produção da Ucrânia, grande exportador mundial, seguem no radar e vão gerar volatilidade nos mercados. É difícil que um corredor de exportação para grãos via Mar Negro ocorra,  há desafios com a destruição de portos e pontes que deverão manter o mercado do cereal ajustado sem a oferta do país de Zelensky.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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