Qual o efeito das primeiras tarifas de Trump no agro?

Taxas contra México, Canadá e China valerão a partir de amanhã

  • Por Kellen Severo
  • 03/02/2025 13h12 - Atualizado em 03/02/2025 14h01
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YURI GRIPAS/EFE/EPA O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assina ordens executivas no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC Nova guerra comercial de Trump pode impactar fertilizantes, óleos vegetais e grãos

Os Estados Unidos iniciaram uma nova fase na guerra comercial. O governo Trump anunciou tarifas sobre México, Canadá e China:

– 25% sobre importações do Canadá e México.

– 10% sobre petróleo, gás e eletricidade canadenses.

– 10% sobre produtos chineses.

A partir desta terça-feira as novas taxas começam a valer. O Canadá respondeu com tarifas sobre US$155 bilhões em importações dos EUA. Já a China prometeu acionar a Organização Mundial do Comércio contra as medidas. O México também sinalizou que vai retaliar.

O que a nova guerra comercial de Trump já significa para o agro brasileiro? Há três frentes principais de impacto, neste primeiro momento: fertilizantes, óleos vegetais e grãos.

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Fertilizantes: Nos EUA, custo sobe e área de soja pode cair

O Canadá é um dos maiores fornecedores de cloreto de potássio do mundo. Segundo a Pine Agronegócios, com as novas tarifas, o aumento do custo de importação de KCL pode fazer produtor norte-americano reduzir área de soja e aumentar de milho.

Óleos vegetais: Soja pode se valorizar

O Canadá também é um grande exportador de óleo de canola. Com as tarifas, o produto encarece, e o mercado pode buscar alternativas como óleo de soja. A Pine aponta que o aumento do custo de importação de óleo de canola, pode aumentar a demanda por óleo de soja, puxando para cima as cotações na bolsa de Chicago. Com alta no preços da soja no mercado internacional, pode haver algum benefício aos produtores brasileiros.

Grãos: Brasil pode ganhar mercado

O México importa grandes volumes de milho dos EUA. A China é um dos maiores compradores de soja americana. Se esses países retaliam, restringindo importações, o Brasil pode assumir parte desse espaço e aumentar exportações.

A Safras&Mercado afirma que é preciso aguardar detalhes da retaliação no milho e na soja para que os efeitos estejam mais claros. O fato é que a nova guerra comercial já mexe com o agronegócio global. A depender dos próximos passos de México, China e Canadá, o Brasil pode avançar com um novo fluxo de exportações.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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