Saiba onde estão as terras que mais se valorizaram no Brasil

Mato Grosso e Paraná lideram valorização em áreas de grãos; em MT, alta chega a 24% em 12 meses

  • Por Kellen Severo
  • 28/04/2021 09h52
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GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO Máquina colhe milho em uma plantação em Mato Grosso Entre os cinco municípios que mais valorizaram na área de grãos, quatro estão no Mato Grosso

O bom desempenho do agronegócio nos últimos anos tem chamado atenção e há investidores de dentro e de fora do setor buscando oportunidades no segmento. Isso pode ser observado na demanda por terras, por exemplo. De acordo com estudo feito pela IHS Markit, consultoria especializada em agronegócios, o interesse em aplicar o dinheiro na compra de áreas aumentou. Com alta na procura, o mercado rural está aquecido. O preço médio da terra para cultivo de grãos chegou a R$ 26.144 por hectare no Brasil, considerando áreas de elevada produtividade. Isso significa aumento nominal de 10,7% na comparação entre o primeiro bimestre deste ano e o segundo bimestre de 2020. Se a gente observar o que aconteceu em 12 meses, vai ver valorização de até 24% no centro-oeste do país, por exemplo. Você tem ideia de quais municípios registraram as maiores altas?

Entre os 5 primeiros da lista divulgada pela IHS Markit, 4 estão em Mato Grosso, são eles: Sorriso, com 24% de alta no preço da terra, onde 1 hectare vale R$ 31 mil. Em segundo lugar, Campo Verde, com valorização de 23% e custo e hectare em R$ 27 mil. O mesmo ocorre em Primavera do Leste, que ficou na terceira posição. Em quarto lugar, está Nova Mutum, com hectare negociado a R$ 29.500 e ganhos também de 23% em 12 meses. Na lista das maiores valorizações das terras, em quinto lugar está Maringá, no Paraná, onde um hectare vale R$ 43 mil, aumento de 23% em 12 meses.

Segundo a analista de mercado Leydiane Brito, as maiores altas foram observadas em Mato Grosso porque a região é referência em produção agrícola e porque houve disposição do mercado em negociar terras nos novos patamares de preço. Já no Paraná, o polo de Londrina em que Maringá está inserido, reportou aumento no cultivo de soja, o que impulsionou o valor das terras em função dos recordes da commodity no mercado. Sabendo da valorização, investidores têm buscado oportunidades também em áreas de menor preço, como as de agricultura mais recente ou as chamadas novas fronteiras agrícolas, que ficam em parte do norte e nordeste. Lá o custo é menor e há terras de pastagens degradadas para fazer conversão para a lavoura e áreas para integração entre lavoura, pecuária e floresta, com possibilidade de até 3 safras ao ano.

Qual a tendência para o mercado de terras?

Consultores garantem que a alta dos imóveis rurais tende a continuar, seja pela aquecida demanda por commodities no mercado, seja pela oportunidade de incremento de produtividade. No estudo do bimestre março-abril que está sendo concluído, já foi observada continuidade da procura por terras em polos como Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins, tanto para compra quanto para arrendamento. Se o agronegócio continuar a ganhar espaço no mercado mundial de alimentos, as terras seguirão se valorizando.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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