Sistema que une dados meteorológicos e produção agrícola, AgroMet está pronto para ser lançado
Plataforma inédita, que será apresentada em breve pelo governo, busca democratizar o acesso a conteúdos de clima para evitar prejuízos bilionários por falta de informação
O governo vai lançar nas próximas semanas o AgroMet, um sistema que integra dados de produção agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento e dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A ideia é democratizar o acesso a conteúdos de clima e tempo para todos os brasileiros e evitar prejuízos bilionários por falta de informação, segundo o diretor do Inmet, Miguel Lacerda. “A organização mundial de meteorologia calcula que a gente, no Brasil, perde algo em torno de R$ 17 bilhões por ano por falta de uma previsão de qualidade de tempo e clima. A gente precisa investir em meteorologia, precisa ter uma política interligada de meteorologia, precisa aumentar o número de estações, investir na ciência brasileira, algoritmos numéricos”, afirma.
No AgroMet, estarão disponíveis imagens de satélite, previsão para os próximos dias, mapa das regiões agrícolas do país e um sistema de busca por cultura e localidade. Hoje, o Brasil conta com quase 800 estações meteorológicas, quando o ideal seria algo como 5 mil, uma para cada cidade. Para melhorar a qualidade dos dados, o Inmet está firmando parcerias com a iniciativa privada em diferentes regiões do país, conta Lacerda. “É preciso aumentar o número de estações para aumentar a previsão. A nossa vontade e esforço no Inmet é integrar com o sistema privado. Nós estamos capturando os dados e geramos mais informações e temos previsão de melhor qualidade. O dado meteorológico nem sempre vai ser perfeito, mas quanto mais perfeito ele for, menor o risco para a produção agrícola”, diz. Se o risco para a produção agrícola diminui, o consumidor também ganha com potencial fartura de alimentos e preços mais baixos. Investimentos em infraestrutura, geração de dados e integração entre o setor público e a iniciativa privada são um bom caminho a seguir.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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