Com Trump, Brasil pode ser a nova liderança verde global
Visibilidade da COP30, em Belém, pode ser a oportunidade para o país assumir a linha de frente na transição energética sustentável
A reeleição de Trump enfraquece o compromisso dos EUA com o clima, mas abre portas para o Brasil assumir a linha de frente na transição energética sustentável. A vitória do republicado representa um novo desafio para a agenda ambiental global. Nos EUA, o foco deve se voltar novamente para o petróleo e o carvão, enquanto as metas climáticas são deixadas em segundo plano. Mas, para o Brasil, este cenário traz uma oportunidade de ouro: ocupar o espaço vago na liderança climática, guiando a transição energética para um modelo mais sustentável. Laurence Tubiana, presidente da Fundação Europeia para o Clima e uma das arquitetas do Acordo de Paris, enxerga esse momento como decisivo para países como o Brasil. Ela destaca que, com o afastamento dos EUA, é hora de outras nações aumentarem o engajamento. “O Brasil tem uma oportunidade fantástica para liderar a mobilização climática,” afirma Tubiana, apontando a relevância do governo, estados, sociedade e setor privado para a transformação necessária.
O Brasil possui uma combinação única de fontes renováveis – como energia solar, eólica e o vasto potencial hídrico – além da Amazônia, que desempenha um papel crítico na regulação climática global. Consolidar políticas públicas sólidas e fortalecer as parcerias internacionais, especialmente com a Europa, pode transformar o país em referência na economia verde, atraindo investimentos e exportando inovação sustentável.
Para que essa liderança se concretize, o Brasil precisa de uma estratégia integrada. Um estudo recente do Observatório do Clima mostra que o Brasil pode crescer economicamente enquanto reduz emissões, consolidando-se como um exemplo de país emergente comprometido com a sustentabilidade. A viabilidade da transição energética já é comprovada, faltando apenas o impulso certo, que depende de incentivos claros e de uma legislação ambiental robusta. A vitória de Trump pode ter enfraquecido a força dos EUA na agenda climática, mas fortalece a urgência global. Com uma visão de futuro, o Brasil tem as ferramentas para liderar. Resta transformar esse potencial em ação e mostrar ao mundo que o crescimento sustentável é possível – e necessário.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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