Explosão de focos de incêndio expõe falhas em políticas de prevenção e gera crise ambiental

Brasil tem alta de 193% em decretos de emergência por queimadas em 2024

  • 06/09/2024 11h49
  • BlueSky
queimadas

Neste ano, o Brasil registrou um amumento de 193% nos decretos municipais de emergência por queimadas em 2024. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que o número de focos de incêndio continua a crescer, impulsionado pela combinação de seca, desmatamento e práticas criminosas. O impacto dessa realidade atinge diretamente a saúde pública, a economia e o equilíbrio climático, destacando a urgente necessidade de ações coordenadas e eficazes para enfrentar a crise. O crescimento das queimadas é uma evidência clara da falta de políticas preventivas e de fiscalização eficaz. O desmatamento na Amazônia, que segue em ritmo acelerado, cria condições ideais para a propagação do fogo. A falta de planejamento e gestão territorial agrava ainda mais o problema, com áreas que deveriam ser protegidas sendo usadas para expansão agrícola e pecuária de maneira desordenada.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Em agosto de 2024, mais de 33 mil focos de queimadas foram registrados na Amazônia, o que representa um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. As consequências são devastadoras para o meio ambiente, com a perda de biodiversidade e a degradação de áreas essenciais para o equilíbrio climático global. Além disso, a liberação massiva de dióxido de carbono contribui diretamente para o aquecimento global, agravando as mudanças climáticas. Nas cidades, a fumaça dessas queimadas afeta diretamente a população. Recentemente, em São Paulo, o céu escureceu devido à fumaça vinda da Amazônia, elevando os níveis de poluição e provocando um aumento nos atendimentos hospitalares por problemas respiratórios. Em Goiânia e Rio Branco, a situação foi ainda mais grave, levando à suspensão de aulas devido à má qualidade do ar.

A saúde pública é um dos principais aspectos afetados por essa crise. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o aumento de partículas finas no ar devido às queimadas pode causar doenças respiratórias graves, como bronquite e asma, além de agravar doenças preexistentes. A população mais vulnerável, como crianças e idosos, é a mais afetada por essa situação. Diante desse cenário, fica evidente que o Brasil precisa adotar uma abordagem mais integrada para combater os incêndios florestais. As ações de combate ao fogo, por si só, são insuficientes. É necessário investir em políticas de prevenção, que incluam a fiscalização rigorosa do desmatamento, o incentivo a práticas agrícolas sustentáveis e o fortalecimento da educação ambiental.

Além disso, é urgente que o país reveja sua estratégia de desenvolvimento rural, buscando um equilíbrio entre a expansão da produção agrícola e a preservação dos ecossistemas. A falta de uma gestão eficiente das terras e o desrespeito às áreas protegidas são fatores que contribuem para a perpetuação desse problema. A crise dos incêndios florestais no Brasil vai além dos impactos imediatos do fogo. Ela revela uma falha sistêmica na gestão dos recursos naturais e uma desconexão entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental. O futuro do país depende de sua capacidade de mudar essa trajetória, promovendo um desenvolvimento sustentável que respeite os limites do meio ambiente e proteja suas populações.

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.