O custo ambiental e econômico das queimadas recordes

Na Amazônia, cinco milhões de hectares foram queimados em 2024; agosto bateu recorde

  • Por Patrícia Costa
  • 02/09/2024 11h23
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EFE/ Victor Moriyama amazonia Floresta Amazônica é responsável por regular clima em boa parte do mundo

O mês de agosto de 2024 deixou uma triste marca na história da Amazônia. Com 5 milhões de hectares queimados, este ano já se tornou o pior registrado em termos de destruição pela fogo. As consequências desse desastre ambiental vão muito além das imagens chocantes de árvores em chamas e animais fugindo do fogo; elas atingem a economia, a saúde pública e a credibilidade internacional do Brasil. A Floresta Amazônica, com sua vasta biodiversidade e papel fundamental na regulação climática, está sofrendo uma destruição que parece cada vez mais fora de controle. As queimadas não são um fenômeno natural; são resultado direto da ação humana, impulsionadas pelo desmatamento ilegal, a grilagem de terras e a expansão da fronteira agrícola. Essa destruição, que em grande parte é incentivada pela busca por lucro rápido, ignora o impacto de longo prazo para o país e para o planeta. Economicamente, as queimadas afetam diretamente a agricultura e a pecuária, que dependem da regularidade das chuvas influenciadas pela floresta. A fumaça resultante também tem consequências graves para a saúde das populações locais, aumentando casos de doenças respiratórias e sobrecarregando o sistema de saúde. Além disso, o Brasil perde em credibilidade internacional, à medida que não consegue cumprir suas promessas de proteção ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa.

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Estamos diante de uma crise que exige ações imediatas e efetivas. Não podemos mais tratar a Amazônia como um recurso inesgotável. A fiscalização precisa ser intensificada e os responsáveis pelas queimadas, punidos de forma exemplar. Mais do que isso, é necessário promover o desenvolvimento sustentável na região, que concilie a conservação ambiental com o bem-estar das comunidades locais. O Brasil tem a responsabilidade, e o potencial, de reverter esse cenário. Mas para isso, é preciso vontade política e comprometimento com políticas públicas que realmente façam a diferença. Se continuarmos negligenciando a Amazônia, as consequências serão irreparáveis – não apenas para a floresta, mas para o nosso futuro como nação. Como nosso país vai receber a comunidade internacional para criar regras de proteção ambiental, na COP30, em Belém do Pará, no ano que vem, se não consegue proteger os próprios recursos naturais da ação criminosa de algumas pessoas?

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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