Paris 2024: sustentabilidade e desafios na Cidade Luz
Compromisso com igualdade e meio ambiente marca a edição; mas poluição e calor preocupam atletas
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão fazendo história não só pela competição acirrada, mas também pela busca incessante por sustentabilidade e igualdade de gênero. Esta é a primeira edição a garantir 50% de participação feminina, um marco significativo na promoção da igualdade de gênero. Além disso, o compromisso com o meio ambiente é surpreendente. A organização se comprometeu a usar 95% de instalações temporárias ou já existentes, reduzindo a necessidade de novas construções e, consequentemente, o impacto ambiental. A cidade está alinhada com o Acordo de Paris, buscando cortar pela metade a pegada de carbono em comparação com edições anteriores. Paris 2024 também promete que toda a energia utilizada durante os Jogos será proveniente de fontes renováveis e que pelo menos 70% dos resíduos gerados serão reciclados ou reutilizados, estabelecendo novos padrões em termos de sustentabilidade.
No entanto, alguns desafios polêmicos surgiram. O Rio Sena, palco de provas de triatlo, tem enfrentado problemas de qualidade da água. A poluição provocou o adiamento de evento, com atletas reclamando das condições da água e riscos à saúde. Em uma tentativa de demonstrar a qualidade da água antes dos Jogos, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, até mergulhou no rio para mostrar que ele estava mais limpo. Apesar dos esforços, a poluição decorrente das chuvas ainda pode complicar a situação, lavando resíduos das ruas para o rio. Outro grande desafio é a onda de calor em Paris. Recentemente, as temperaturas chegaram a 35°C, causando exaustão e desidratação entre os atletas. A situação na Vila Olímpica tem sido particularmente difícil, já que, em uma decisão sustentável, não foi instalado ar-condicionado nos quartos. Muitos atletas reclamaram do calor, e alguns até preferiram dormir no gramado ao ar livre para tentar se refrescar. Para lidar com isso, a organização adotou medidas como remarcar provas para horários mais frescos e instalar estações de resfriamento ao longo das rotas.
Essas preocupações ambientais não são novas, com Londres 2012 e Tóquio 2020 também deram passos importantes. Mas Paris 2024 colocou em prática algo que pode servir de legado, servindo de modelo para futuros eventos esportivos no mundo todo. Enquanto o governo francês se destaca por seus avanços em sustentabilidade e igualdade, os desafios ambientais e climáticos mostram que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir a segurança e o bem-estar dos atletas. Vamos torcer para que todas as promessas se cumpram, com impacto positivo real para o esporte e para o planeta.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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