Regulamentação do mercado de carbono pode atrair bilhões para o Brasil
Com a aprovação do marco regulatório, o país busca alinhar metas climáticas a oportunidades econômicas, apostando na COP29 para firmar compromisso internacional.
A recente aprovação do marco regulatório para o mercado de carbono pelo Senado traz uma mudança estratégica para o Brasil. Não só é um avanço para o cumprimento das metas de redução de emissões, como também uma oportunidade econômica para atrair investimentos significativos. Essa regulamentação era aguardada há anos e ganha um simbolismo especial ao coincidir com a COP29, onde as questões climáticas globais dominam as discussões. O mercado opera com a compra e venda de créditos de carbono. Empresas e setores que emitem mais carbono do que o permitido por lei precisam adquirir esses créditos para compensar seu impacto ambiental. Por outro lado, os créditos são gerados por atividades que capturam ou evitam emissões de CO₂, como projetos de conservação de florestas, energias renováveis e reflorestamento. Com um mercado regulado, o Brasil espera movimentar bilhões de reais, atraindo empresas interessadas em compensar suas emissões.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o mercado de carbono global movimenta mais de 850 bilhões de dólares por ano. Para o Brasil, que possui um dos maiores potenciais de captura de carbono do mundo, a expectativa é atrair até 100 bilhões de reais em investimentos até 2030, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Com o marco regulatório, o país oferece maior previsibilidade e segurança para investidores estrangeiros, essencial para o crescimento desse mercado. Além do ganho econômico, o mercado regulado traz um incentivo direto para que empresas brasileiras invistam em práticas mais sustentáveis. Com uma estrutura clara, a regulamentação reduz a incerteza, facilita o monitoramento e assegura que os créditos de carbono comercializados correspondam a reduções reais de emissões, um ponto fundamental para que o Brasil cumpra suas metas climáticas.
A regulamentação pode transformar a Amazônia em uma das maiores fornecedoras de créditos de carbono do mundo. A proteção de milhões de hectares de floresta e o desenvolvimento de práticas sustentáveis, como manejo responsável e reflorestamento, são alguns dos principais impactos previstos. O mercado de carbono cria um fluxo de recursos que ajuda a financiar essas atividades, trazendo benefícios não só para o meio ambiente, mas também para comunidades que dependem dessas áreas para subsistência.
A aprovação do marco regulatório em meio à COP29 fortalece a posição do Brasil nas negociações climáticas globais. O país sinaliza que está comprometido em integrar a sustentabilidade ao desenvolvimento econômico, assumindo um papel ativo na transição para uma economia de baixo carbono. O projeto de lei agora volta para análise da Câmara dos Deputados e segue para sançao do presidente Lula.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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