Biden tropeça nas palavras e comete gafe vergonhosa

Depois de cumprimentar um fantasma, cair de bicicleta e confundir Suécia com Suíça, presidente dos EUA se confunde com teleprompter e lê instruções de sua equipe

  • Por Reinaldo Polito
  • 14/07/2022 09h00
FE/EPA/YURI GRIPAS / POOL Joe Biden Joe Biden

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, continua dando alegria para a galera. Vira e mexe, e lá está ele cometendo uma gafe. Há alguns dias o presidente da nação mais poderosa do mundo apertou a mão de… ninguém. Foi como se estivesse cumprimentando um fantasma. Em outro momento trocou o nome de países. Fez confusão entre Suécia e Suíça. No último dia 8, sexta-feira, tropeçou nas palavras enquanto lia um discurso.

Há quem credite esses deslizes à idade. Para mim, não. Afinal, nos dias de hoje, a não ser que a pessoa tenha alguma doença mental grave, e não parece ser o caso dele, 79 anos não é lá assim muita coisa. Conheço gente nessa faixa etária que ainda bate um bolão.

E mais, trocar o nome de países não é privilégio de Biden. Em 2017, ao visitar Oslo, capital da Noruega, Michel Temer, quando era presidente do Brasil, perdeu o norte e chamou Harald V, rei da Noruega, de rei da Suécia. Eita, Suécia, sempre ela. Será que são as águas do rio Göta, o mais importante daquelas bandas? E para completar as pisadas de bola “michelistas”, no mesmo evento, em vez de dizer “Parlamento norueguês” disse “Parlamento brasileiro”.

Quer mais uma para livrar a barra de Joe? Em 1983, Ronald Reagan, ao visitar o Brasil, também resolveu amassar uns tomates e saudou o nosso país em alto e bom som: “Saúde ao povo da Bolívia!”. E para encerrar as histórias daqueles que metem os pés pelas mãos, vai uma com toda a finesse francesa. Jacques Chirac fez uma pequena confusão e mencionou Fernando Henrique Cardoso como sendo presidente do México. Ah, não dá para terminar sem esta: o próprio Fernando Henrique, em 1999, resolveu dar uma inovada e se referiu aos bolivianos como peruanos.

E não é só na política. Certa vez a cantora Alanis Morissette também revirou o mapa-múndi ao se despedir no final de um show que fez em Lima, no Peru: “Thank you, Brazil”. Tudo isso para mostrar que trocar o nome de países é quase natural. Quem viaja muito acaba por ficar meio perdido. Houve época em que eu fazia tantas palestras por todo o país que ao acordar precisava de uns segundos de reflexão para me certificar se estava em casa ou em outra cidade. E outros tantos para me lembrar de qual era a localidade. 

Da mesma forma, essas confusões podem se dar também ao ler um discurso. Me lembro de quando a então primeira-dama, Marcela Temer, em 2017, estava fazendo um pronunciamento. Ela lia o discurso no Programa Nacional de Voluntariado – Viva Voluntário. Olhou para a plateia e ao voltar para o texto se confundiu e leu de novo a última frase já lida.  Normal. Acontece com as melhores famílias. 

No caso de Biden, entretanto, esses episódios têm ocorrido com muita frequência. Em um dia tropeça na escada. No outro cai da bicicleta. Depois fica zanzando em uma sala sem saber com quem se comunicar. E, agora, essa última que está dando o que falar. Ele leu as orientações que a sua assessoria havia deixado no texto como se fizessem parte da mensagem. 

O presidente dos Estados Unidos comentava a respeito dos direitos reprodutivos e acesso ao aborto pelos americanos. Era a notícia do momento, pelo fato de essa prática ter sido revogada no país. No encerramento de uma citação, leu as observações feitas por aqueles que prepararam o texto: “É notável que a proporção de mulheres registradas para votar é consistentemente maior que a proporção de homens que fazem o mesmo. Fim da citação. Repita a frase”. Vergonha alheia. Essa gafe já está imortalizada. 

Nas aulas de leitura, sempre fiz uma brincadeira com os alunos do nosso curso contando uma anedota. O diretor de uma multinacional norte-americana fez uma visita à filial brasileira. Ele queria impressionar bem a turma tupiniquim. Por isso, pediu a um gerente, bom de redação, que indicasse com pormenores o que ele deveria fazer.  Ordem dada, missão cumprida.

O executivo leu o discurso seguindo todas as recomendações. Começou a leitura: “Senhoras, senhores, bom dia, boa tarde ou boa noite. Dependendo da situação”. E encerrou: “Muito obrigado. Sair pela direita”. Depois dessa do Biden, já não dá mais para dizer que essa história é só uma anedota. Nesse caso a vida imitou a arte. Com todas as letras. Siga pelo Instagram @polito

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.