‘A nova tendência do mercado é atingir nichos’, diz empresário de agenciamento às vésperas do SPFW
Clovis Pessoa fala sobre a diferença da publicidade orgânica na moda
No mês em que falamos tanto de diversidade, um entrevistado de peso vem dividir um pouco da experiência na coluna. Clovis Pessoa, fundador da Rock Management, é um descobridor de talentos nato, reconhecido nacional e internacionalmente. “Posso dizer que sou um especialista do chamado casting de diversidade, hoje grande aposta das marcas, afinal, elas querem estar mais perto do cliente a cada dia”, ressalta. O assunto é mais que atual já que esta semana se inicia o São Paulo Fashion Week, que acontece de 9 a 14 de abril com edição no Iguatemi São Paulo, JK Iguatemi e outros locais icônicos da cidade. “Nossa agência tem sido destaque nas edições do SPFW, pois nosso casting tem atendido as semanas de moda e desfiles no Brasil e também no exterior, pois o nosso departamento internacional é bastante solicitado”, celebra.
No mês em que falamos tanto de diversidade, um entrevistado de peso vem dividir um pouco da experiência na coluna, afinal, Clovis Pessoa, fundador da Rock Management, é um descobridor de talentos nato reconhecido nacional e internacionalmente. “Posso dizer que sou um especialista do chamado casting de diversidade, hoje grande aposta das marcas afinal, elas querem estar mais perto do cliente a cada dia”, ressalta. O assunto é mais que atual já que esta semana se inicia o SPFW N57, que acontece de 9 a 14 de abril com edição no Iguatemi São Paulo, JK Iguatemi e outros locais icônicos da cidade. “Nossa agência tem sido destaque nas edições do SPFW, pois nosso casting tem atendido as semanas de moda e desfiles no Brasil e também no exterior, pois o nosso departamento internacional é bastante solicitado”, celebra.
Tanto empenho resultou também na criação de um reality show de seletiva de modelos voltado para a diversidade, no canal E!, que começou a ser gravado em São Paulo, no qual Clovis será um dos jurados. A primeira temporada deve ir ao ar ainda este ano. Formado em administração, o CEO, trabalhou em banco antes de ingressar no mercado da moda. “Depois, cheguei a ter uma loja de confecção e sabia falar outros idiomas. Na época, uma cliente era esposa de um estrangeiro que abriu uma agência de scouting e acabou me chamando para atuar com eles pelo Rio de Janeiro. De lá, fui para o Rio Grande do Sul e acabei revelando tantos nomes que fiquei conhecido em São Paulo. Foi quando surgiu a proposta de trabalhar em uma das maiores agências de modelo do país, onde fiquei durante sete anos”, relembra.
Nesse período, o empresário decidiu passar uma temporada no exterior. Ao voltar para o Brasil tomou a decisão de abrir o negócio próprio. E, assim, nasceu a Rock MGT que completa 12 anos. “Percebi que a publicidade precisava de pessoas diversas, estilo street casting. Então, desenvolvi o nosso casting nessa direção, para a diversidade. Hoje, ocupamos o Top 6 das principais agências do Brasil neste segmento”, afirma. Em uma entrevista exclusiva para a coluna, o CEO fala sobre a importância da representatividade em todos os segmentos.
Na sua opinião é uma tendência mundial a busca por se aproximar do público enxergando o orgânico?
É uma tendência atingir novos nichos. Você busca algo mais orgânico para que as pessoas se identifiquem com esse mercado de moda único, evitando a venda excessiva em massa. Sempre haverá marcas e produtos com vendas em massa, mas o topo da pirâmide do marketing está percebendo que as pessoas estão entediadas. Elas desejam algo único, mais orgânico, e não algo produzido em escala industrial. Portanto, as pessoas estão reconhecendo e valorizando a diversidade, os povos únicos, produtos artesanais, em vez de algo apenas industrializado.
O que significa estar entre as tops 6 agências de modelos do Brasil primeiro nacional e depois internacionalmente?
É uma grande responsabilidade, afinal, nós sempre estamos visualizando o futuro, observando as tendências de mercado que as pessoas realmente necessitam, e ter que ter essa visão para as pessoas é realmente muito bom de estarmos percebermos isso no mercado antes de outras agências, e estamos entre as seis maiores agências no Brasil. Conseguimos identificar essas tendências muito rapidamente, muito antes das outras pessoas, porque reconhecemos a importância da diversidade. Nós crescemos com a diversidade para poder atingir todas as marcas, todas as possibilidades, e estamos promovendo uma política integrativa na sociedade, não apenas vendendo um modelo por vender, mas vendendo uma modelo pela sua essência, pelo que ele realmente representa, pelo que ela pode transmitir. É isso que as pessoas estão também estão buscando, a essência, e não apenas um modelo pelo fato de ser um modelo, nem apenas uma beleza pelo simples fato de ser bela.
Podemos afirmar que a propaganda que busca o exemplo do real é a que mais vende hoje?
Sim, as pessoas querem se identificar, querem se aproximar. Sempre foi vendida essa ideia do absurdo, do desejo das pessoas de terem aquilo que não podem, ou uma busca incessante pela beleza, que obriga as pessoas a fazerem coisas absurdas, até mesmo com o próprio corpo. Na realidade, essa propaganda sempre vai existir, porém, acredito que realmente a propaganda que identifica a pessoa de forma mais real, mais orgânica, é aquela que vai vender mais. E isso é o que as pessoas estão buscando mais hoje: sair do óbvio e se identificar.
Quando exatamente você enxergou essa necessidade nesse ramo?
Logo no início da agência, identificamos uma lacuna na publicidade e nos elencos de filmes. Percebemos que estavam buscando pessoas reais e diversas, não apenas com um padrão eurocêntrico ou de beleza única, mas, sim, para se identificar com o público. Identificamos isso, iniciamos uma busca pelo que chamávamos de “street style”, ou seja, pessoas comuns, como nós mesmos, encontradas nas ruas. Iniciamos uma busca incessante por esse perfil e começamos a profissionalizar esse mercado, pois anteriormente existiam agências que tinham tipos específicos, mas não era algo profissionalizado. Começamos então a profissionalizar, selecionando pessoas reais e diversas, e a prepará-las como modelos. Elas foram categorizadas em departamentos, embora nós as vendêssemos como um todo. Crescemos nesse nicho, por eles se identificarem, e encontrarem esse perfil conosco, na agência.
A agência nasceu já nessa concepção, certo? O que mudou desde sua fundação para os dias atuais
Antes, éramos uma agência muito pequena, focada principalmente no mercado internacional. Éramos uma espécie de agência boutique, com poucas modelos, já diversificadas, incluindo modelos pretas e mestiças que trabalhavam internacionalmente, mas tínhamos eurocêntricas também. No entanto, percebemos que não podíamos competir diretamente com outras agências que já atendiam os mesmos perfis. Decidimos então buscar um nicho no mercado e fomos atrás e crescemos com a diversidade. Essa diversidade é evidente na população brasileira e tem sido explorada com sucesso na publicidade.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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