De geração para geração: Elaine Apostolopoulos fala sobre a cultura grega no mundo dos negócios

Empreendedora dá dicas de como gerir uma empresa familiar; ao lado do irmão Filipe, Elaine comanda o legado da Nea Tanks Engenharia

  • Por Renata Rode
  • 31/07/2024 22h35
  • BlueSky
Divulgação Elaine Apostolopoulos fala sobre a cultura grega no mundo dos negócios Livro 'Destino - O Fio da Vida', de Alan e Dimitra Apostolopoulos, trata de famílias de origem grega, que passam experiências de geração para geração

Apesar de escrever sobre lifestyle, esta colunista também fala sobre comportamento e, óbvio, sobre empreendedorismo quando alguma história lhe chama a atenção e foi isso o que aconteceu ao conhecer a história de uma família grega que aplica na vida e nos negócios, a cultura local a fim de expandir conhecimento e ir além. O livro “Destino – O Fio da Vida”, de Alan e Dimitra Apostolopoulos, trata de famílias de origem grega cujas memórias e experiências são passadas de geração para geração. A publicação da Literare Books International traz uma narrativa não só orienta os leitores a explorarem suas raízes, mas também destaca as diversas formas de conexão estabelecidas através dos chamados laços de sangue. Confesso que minha imersão à cultura deles vem muito do cinema e pouco da leitura, mas conversei com a filha do casal, Elaine Apostolopoulos, representante da terceira geração da sua família no comando dos negócios e busquei entender no que a trajetória deles pode agregar ao empresariado e vivência brasileiros já que a empreendedora, diferentemente dos pais, é nascida aqui.

Atualmente, ao lado do irmão Filipe, Elaine comanda o legado da Nea Tanks Engenharia, empresa que é referência no mercado de sistema de macacos eletromecânicos na montagem de tanques de armazenamento. Por gerir uma companhia que está entre as mais tradicionais do seu nicho, a empreendedora conta que, através da obra autobiográfica é possível mergulhar na cultura grega e suas lições, sendo que essa pode ser a base para tratar adversidades no mundo dos negócios. “Temos um lema em nossa família que foi passado por minha mãe que diz: ´Ou todos ou ninguém´. Isso vale para tudo, de comida à viagem. Ou todos podem usufruir, ou nenhum de nós será privilegiado em detrimento ao outro. Isso nos mantém unidos e traz propósito à vida, fazendo com que haja evolução quando empregamos a filosofia além do mundo pessoal”, afirma a diretora financeira da empresa.

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Para a executiva, o cenário pouco comum vivenciado por ela e os seus no mercado corporativo apresenta seus contra pontos. “A vantagem principal reside no conhecimento prévio que se tem sobre o temperamento e as habilidades de cada membro da família. Esse entendimento mútuo facilita a abordagem de questões difíceis e a resolução de conflitos”, ressalta. Segundo Elaine, o envolvimento emocional e o amor entre os familiares contribuem para encontrar pontos de convergência, já que todos compartilham os mesmos objetivos de prosperidade e sucesso. “A familiaridade com as personalidades e o histórico comum pode tornar mais fácil a colaboração e a busca por soluções alinhadas com os valores e metas cultivados ao longo do tempo e isso é alimentado diariamente, e posso afirmar que tem um peso ainda maior porque exercitamos a responsabilidade de manter a história do sobrenome envolvido”.

Com uma criação enraizada na cultura grega, é claro que viver nos costumes brasileiros é um desafio. “A chave para lidar com essas divergências é manter o foco nos objetivos da empresa, permitindo que a melhor ideia prevaleça, independentemente da posição hierárquica de quem a propôs. Esse enfoque nos resultados ajuda a minimizar o impacto das diferenças pessoais e promove um ambiente colaborativo e produtivo. Choques de culturas e pensamentos são inevitáveis em qualquer ambiente de trabalho, e as empresas familiares não são exceção. Esses conflitos, no entanto, podem ser superados quando todos focam em um objetivo comum: a prosperidade familiar e o sucesso da empresa. O lucro e o crescimento do negócio atuam como forças unificadoras, transcendendo diferenças individuais e geracionais”.

Se, por um lado, empresa familiar traz essas facilidades, separar o pessoal do profissional é uma tarefa desafiadora, porém, primordial para o sucesso. “O segredo está em manter os olhos firmemente focados no que é melhor para a marca. Se cada um seguir apenas suas preferências pessoais, isso pode levar a frustrações e conflitos. No entanto, ao priorizar o bem-estar e o sucesso da empresa como um todo, todos saem ganhando. Quando o negócio prospera, os benefícios são compartilhados por todos, reforçando a importância de uma visão coletiva e estratégica”.

Independentemente do grau de parentesco ou não, gerir requer uma combinação de hierarquia clara, envolvimento abrangente e uma visão compartilhada. “É crucial estabelecer uma hierarquia bem definida, onde cada membro conhece seu papel e responsabilidades. No mundo ideal, sucessores devem passar por todos os setores operacionais da empresa para garantir uma compreensão completa do negócio, o que é fundamental para o desenvolvimento”, orienta. E arremata: “A paixão pela empresa é essencial, mas deve ser equilibrada com a capacidade de evitar conflitos de ego.

Muitas vezes, as linhas entre pessoa jurídica e pessoa física se confundem, mas é vital lembrar que o objetivo principal da empresa é obter lucro e não quem tem razão. Os resultados e o desempenho da empresa são os verdadeiros indicadores de sucesso, e focar nisso ajuda a manter a equipe unida e comprometida com o bem comum”, finaliza.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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