‘Tudo nessa vida é financiado’, defende empresária brasileira em novo hit
Do interior de Goiânia para a França: Dillyene Santana é exemplo de superação
Em visita especial ao Brasil, a cantora, compositora e empreendedora Dillyene Santana divide o tempo entre os compromissos como artista e empresária. Nascida no interior de Goiânia, ela foi morar no exterior quando tinha 14 anos e montou a primeira empresa de remoção de amianto e reutilização de produtos de demolição em Paris, na França ao atingir a maioridade. “Desde cedo enfrentei adversidades, incluindo a separação dos meus pais e a pressão da minha mãe biológica para deixar sua casa. Busquei resiliência no lado da arte, perseguindo o sonho de fazer da minha paixão um segundo ofício”, comenta. Os negócios estão em expansão, afinal a empresária está com uma nova filial em Montreal, no Canadá, e comemora a nova fase. “Como empreendedora, iniciei meu negócio de remoção de amianto ao identificar uma oportunidade de mercado pouco explorada e com pouca concorrência. Demonstrei minhas habilidades empreendedoras ao identificar uma lacuna no mercado, investir em minha formação na área e estabelecer parcerias estratégicas para o crescimento do meu negócio. Além disso, eu passava a maior parte do tempo ocupada com meu trabalho, me dedicando integralmente ao meu empreendimento e demonstrando determinação e foco em minha carreira como empresária”, conta.
Morando na Europa há 18 anos, Dillyene mantém as raízes fortes e brinca dizendo que não sabe escolher entre pão de queijo e croissant. “Tenho esse lado lúdico aflorado porque já passei por situações traumáticas. Uma que nunca me esqueço é ver meus pais brigando por minha guarda, um me puxando pelos braços e o outro me pegando pelas pernas no meio da rua e eu ali, sem entender nada, aos 9 anos de idade. Acho que daí veio meu gosto por me transportar através da arte, a música é feita para transmitir felicidade e emoção”, declara. Depois de gravar um clipe premiado no Rio Sena em Paris, regado a champagne em meio à pandemia, a cantora traz agora a faixa “Empinada”, um pop dançante que está em todas as plataformas digitais e oferece uma reflexão: “tudo nessa vida é financiado?”. E ela responde: “Quando escrevi a letra de “Empinada”, eu estava determinada a quebrar o padrão de como as pessoas viam meu estilo de vida. Muitos achavam que tudo que eu tenho é conquistado sem esforço, mas na realidade, é totalmente ao contrário. Trabalho incansavelmente para conquistar meus bens e objetivos, e a maior parte é financiada. Daí vem a frase “Tudo nessa vida é financiado”. Quis mostrar para às pessoas que muitas vezes deixam de seguir seus sonhos por medo do julgamento alheio e eu não sou dessas”, fala.
A menina que foi criada pela avó mesmo após a briga dos pais lembra de uma lição passada desde cedo: “as pessoas que realmente gostam de você vão gostar de você pelo que você é e não pelo que tem”. E complementa: “A vida só tem valor quando você tem algo, quando você busca algo, quando você luta por algo, quando você quer construir ou transmitir algo que vai além”.
Questionada se vive preconceito por querer exercer os dois lados (de artista e empresária) ela responde prontamente: “Não vou mentir, é difícil, mas também vejo como algo muito bom poder ter os dois lados em minha vida. O lado empresarial veio primeiro e isso me ajudou bastante como artista. Gerir uma carreira artística é como administrar uma empresa; você pode fracassar tomando más decisões e tendo uma gestão financeira ruim dos recursos, além de uma administração inadequada dos colaboradores. Isso eu aprendi com meu lado empresária”.
Em entrevista exclusiva à coluna, ela ainda falou sobre música, business e sonhos.
A música tem uma melodia que chama para dançar, foi pensada como tendência pra ser sucesso nas redes?
Eu adoro o ritmo dançante, moro na França, mas em minhas veias corre o sangue brasileiro. Nós somos um povo alegre, e o ritmo dançante foi pensado para se adequar ao gosto das minhas Dillycias brasileiras, que, em sua maioria, é conhecido por ser alegre e gostar de dançar. Como diria meu lado empresarial, precisamos lançar um produto que agrade o consumidor. Ao mesmo tempo, meu lado artístico utiliza essa forma para transmitir meu ponto de vista sobre preconceitos e outras questões importantes.
Como foi deixar seu país e ser hoje uma empresária de sucesso na França e no Canadá?
Não existe segredo. Fiz a trajetória que qualquer empresário do mundo fez, como diz o brasileiro, “Fiz o feijão com arroz bem feito”. Tive paciência, vi uma necessidade no mercado e busquei atendê-la. Se for para ter um segredo, diria que é a paciência: dormir pouco, trabalhar muito, tomar boas decisões baseadas nas más decisões do passado, estar em constante evolução, aprender com os erros e não ter medo do que os outros pensam, pois o meu sonho não cabe na cabeça da outra pessoa, e o da outra também não cabe na minha. Além disso, é importante administrar bem o financeiro pessoal e os colaboradores, e, por fim, pensar em lucro. Boa sorte a todos que estão nessa caminhada!
É verdade que você tinha o sonho de ser entrevistada para o portal da Jovem Pan?
Sim. Acompanho a Jovem Pan desde sempre e gosto muito do lado humorístico de vocês. A visão que vocês têm como modelo de programa de rádio e, posteriormente TV, foi algo único que inspirou muitos jovens dos anos 90, assim como eu. Conhecer vocês e poder compartilhar minha história é mais que um sonho, é uma honra.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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