Cuidado com o ‘Rei do Pix’: golpistas prometem multiplicar dinheiro de vítimas
Nova modalidade de fraude acontece por meio das redes sociais e surgem como ‘oportunidade de investimento’; entenda como funciona
Certamente muitos já ouviram relatos de pessoas que tenham sido vítimas dos golpes envolvendo o uso do Pix. Com pouco mais de 1 ano de lançamento, o Pix desde o início se mostrou um sucesso como alternativa de meio de pagamentos, permitindo ao consumidor efetuar rápidas transferências de dinheiro entre contas. Por outro lado, toda nova tecnologia que envolve transferências em dinheiro acaba atraindo o interesse dos fraudadores. Com o Pix foi igual. Os golpes surgiram, fizeram centenas de vítimas, foram amplamente divulgados pela mídia e agora foram aprimorados, ganhando novas formas. Estamos diante de uma nova modalidade, conhecida por “Rei do Pix”. Veja como funciona: fraudadores fazem uso das redes sociais, em especial Instagram, TikTok e Twitter, oferecendo altos valores em troca de um depósito inicial. Os golpistas simulam uma “oportunidade de investimento”, com a promessa de elevados ganhos aos participantes.
Por meio de postagens nas redes sociais, a fraude sugere uma “multiplicação de valores”, onde a vítima deposita uma determinada quantia com a expectativa de receber um valor superior em conta. Os criminosos são tão audaciosos que chegam a divulgar tabelas demonstrando como funciona a devolução dos valores. Quem depositar R$ 200,00, recebe R$ 1.000,00. Quem depositar R$ 1.000,00, recebe R$ 8.000,00 e assim por diante. Após envio do legítimo Pix, os criminosos providenciam o imediato saque do valor, evitando que a quantia seja bloqueada pelo banco. No entanto, em alguns casos a oferta chega ser cumprida, servindo como uma espécie de “comprovação do negócio” para que outras vítimas sejam enganadas.
Nesses casos, os golpistas realizam transferências por meio de contas comprometidas ou a partir de meios de pagamento, com o uso de cartões clonados, até que os limites sejam esgotados. Algumas vítimas recebem em conta os valores prometidos, inclusive com o demonstrativo através de comprovantes pelo WhatsApp. Isso traz a satisfação para poucas pessoas, que depois divulgam depoimentos nas redes sociais confirmando a seriedade do negócio. O golpe fica com a aparência de ser um ótimo negócio, fazendo com que outras dezenas de vítimas sejam enganadas na sequência. Enquanto 2 ou 3 são recompensados, outros 50 ficam apenas com o prejuízo. Conhecendo agora mais sobre esta nova modalidade de fraude bancária, é fundamental recordar alguns importantes pontos:
- O Pix é seguro. Trata-se de uma excelente ferramenta, prática e rápida;
- O consumidor tem o dever de zelar pelo melhor uso da sua conta corrente, cabendo a ele a responsabilidade de adotar os cuidados necessários com suas transações bancárias;
- O uso indevido da conta corrente pode caracterizar culpa exclusiva da vítima, afastando a responsabilidade das instituições financeiras. Depois não adianta querer culpar os bancos que, aliás, investem milhões para a segurança e proteção do cliente;
- Além do prejuízo, o consumidor também pode se complicar criminalmente, caso provado o seu conhecimento do esquema criminoso antes de participar da fraude.
É fundamental que o consumidor tenha cautela com as suas transações bancárias, mantendo uma postura de desconfiança diante de situações que pareçam promissoras. Não existe “almoço de graça”. No caso do Rei do Pix, esse almoço pode custar caro, ser indigesto e gerar uma grande dor de cabeça. Tenham cuidado.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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