Procedimentos estéticos exigem cuidado e atenção dos pacientes e dos médicos; entenda

Busca pela beleza não deve ultrapassar os limites da segurança

  • Por Ricardo Motta
  • 03/12/2022 10h00
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Freepik/wavebreakmedia_micro cirurgia plástica Brasil está entre os países que mais se preocupam com estética

Diversas pesquisas mundiais apontam o tempo médio gasto pelas pessoas com cuidados com o corpo e a beleza. Os brasileiros, como sabemos, sempre são apontados nas primeiras colocações entre os mais vaidosos do mundo. Em uma destas pesquisas, realizada na Alemanha em 2021 e divulgada no início de 2022, onde pessoas de 22 países foram entrevistadas, o brasileiro foi apontado em 2º lugar como o país que mais gasta tempo com a vaidade, sendo superado apenas pelos italianos. E se considerarmos o consumo de produtos de beleza, o Brasil aparece em 4º lugar, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. Nem mesmo o período de pandemia foi capaz de mudar esse cenário. Em 2020, apenas em temas envolvendo a harmonização facial, os números de buscas realizadas no Google registraram aumento superior a 500%, reforçando a certeza de que os cuidados com a beleza, procedimentos estéticos e a cirurgia plástica estão cada vez mais aquecidos.

Mas será que o brasileiro adota os devidos cuidados na hora de optar por um procedimento estético ou uma cirurgia plástica? Antes de tudo, convém separar os conceitos de cirurgia reparadora e cirurgia estética. Na cirurgia reparadora o paciente procura solucionar ou reduzir algum dano ou perda de funcionalidade. Podemos citar casos de rinoplastia para pessoas que possuem dificuldades respiratórias ou casos em crianças com fissura labial e fenda palatina, onde é necessário a correção daquela alteração anatômica para uma melhor qualidade de vida. Quando pensamos em cirurgias estéticas, tema central desse artigo e das mencionadas pesquisas, nos referimos aos procedimentos buscados por pacientes para satisfação de um gosto ou preferência estética. Diversos e íntimos são os motivos de uma cirurgia estética, como a correção de orelhas de abano, o aumento dos seios, o afinamento do nariz, entre outros.

Nesta semana, estive com um grande amigo, cirurgião plástico, conversando sobre a aceitação do resultado sob a ótica do paciente, algo muito subjetivo. Embora a maioria das cirurgias estéticas agradem os pacientes, existem histórias sem um final feliz. E aqui já vamos excluir os casos de erros médicos, considerando apenas situações em que o resultado do procedimento não satisfaz a expectativa estética do paciente. Para mim, os melhores profissionais são aqueles que atuam de forma verdadeira com o seu cliente. No caso de uma cirurgia estética, o mais importante é escutar o seu médico. Por possuir os conhecimentos necessários, ele é a melhor pessoa capaz de te mostrar e alertar sobre os resultados que poderão ser diferentes dos esperados. 

Inúmeros são os casos de mulheres que se arrependem do resultado do aumento dos seios ao optarem por uma quantidade de silicone superior ao recomendado pelo médico. Muitos também são os relatos de pessoas que recorrem à uma cirurgia estética na busca por “um nariz” ou “uma boca” de um famoso da TV ou dos cinemas, mas que ao final percebem que “aquele nariz é bonito apenas na atriz”.

Aqui até faço uma sugestão aos médicos que, porventura, não tenham esse cuidado: recomendo a assinatura de um contrato de responsabilidade junto ao paciente, com a indicação dos principais pontos do procedimento que será realizado, detalhando o resultado procurado pelo paciente, suas chances de alcançar esse resultado e os cuidados que cada um, profissional e paciente, deverá adotar para a obtenção desse resultado, antes e depois da realização do procedimento. Por fim, não apenas em casos de cirurgias estéticas, mas também quando da busca por procedimentos mais simples, se informem sobre a qualificação dos profissionais envolvidos, a qualidade dos locais onde são realizados os procedimentos e a satisfação de pacientes atendidos. Cuidar da beleza requer segurança e profissionais capacitados.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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