Seu voo atrasou? Saiba como fazer a revolta dar lugar à compreensão
Conhecer as causas dos atrasos ajuda a amenizar a situação, que por vezes fogem do controle das empresas aéreas
Sim, eu já enfrentei atraso de voo, sei que não é agradável e muitas vezes nos revolta, mas basta conhecer as causas dos atrasos para que a chateação dê lugar à compreensão. Se por um lado existe o aborrecimento do consumidor, as empresas aéreas também sofrem com os atrasos. Além da experiência negativa do seu consumidor, fatores como custos operacionais, indenizações e até um possível abalo na imagem da sua marca preocupam muito. Conheça alguns motivos:
- Tráfego Aéreo: Comandado pelos controladores de voos, sem qualquer interferência da companhia aérea, esse é um dos principais motivos dos atrasos. Todo voo obedece a diversos regulamentos, inclusive de observância do congestionamento de tráfego, os quais podem demandar alterações de rotas de última hora, atrasando o pouso de uma aeronave ou uma decolagem.
- Condições meteorológicas: Mesmo sem “um céu de brigadeiro”, os aviões estão preparados para voos em diversas condições meteorológicas, mas sem renunciar às condições meteorológicas favoráveis para não comprometer a segurança do voo. O mau tempo pode comprometer toda a malha aérea, criando um efeito cascata no atraso dos voos, não apenas na localidade do mau tempo, mas nos destinos de outros aeroportos. Nos casos em que as condições climáticas não são as melhores, mas ainda permitem a continuidade da operação, é preciso restringir o uso de algumas pistas, ocasionando atrasos nos pousos e decolagens (olha aí o “tráfego aéreo”). Sabe-se que as condições climáticas são responsáveis por 20% dos atrasos dos voos superiores a 15 minutos no Brasil.
- Fiscalização: Realizado o check-in, ainda não chegou a hora de embarcar. É preciso passar pela fiscalização na entrada da sala de embarque, onde muitas vezes ocorre um acúmulo de passageiros para a retirada de acessórios ou verificação das bagagens de mão. Além disso, uma vez feito o check-in, a empresa precisa aguardar ao máximo pelo “passageiro desaparecido”, já que pelas normas de segurança, uma bagagem despachada não pode seguir sozinha, inclusive pela possibilidade de conterem drogas ou explosivos.
- Ausência de tripulação: Na hora da raiva, muitos “esquecem”, mas os tripulantes são seres humanos e passam pelos mesmos imprevistos para chegar ao trabalho, sendo necessário aguardar a chegada do seu substituto. Mesmo que as trocas sejam mais rápidas em uma capital, em cidades menores isso nem sempre é possível, podendo até ocasionar o cancelamento do voo.
- Manutenção não programada: Assim como outras máquinas, os aviões precisam de manutenção. Trocas de pneus, abastecimentos e reparos elétricos podem surgir, inclusive fora da programação. Um pneu, por exemplo, pode ser danificado durante o pouso. Esses contratempos correspondem a 30% dos atrasos de voos.
- Problemas Estruturais: O atual governo federal já privatizou 59 aeroportos no país, de todos os tipos e tamanhos. Um dos motivos é a falta de estrutura para melhor eficiência de funcionamento nos pousos e decolagens, incluindo situações em que aviões precisam aguardar vagas para estacionar ou taxiar, aumentando o tráfego aéreo e os atrasos dos voos.
É simples compreender que o atraso de um voo nem sempre é culpa da empresa aérea, que muitas vezes se encontra impossibilitada de agir, até pela segurança do passageiro. A pontualidade é importante, mas não supera a sua segurança. Façam boas viagens e tenham bons voos.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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