Há 55 anos, a seleção se vingava do Uruguai e garantia vaga na final da Copa de 70

Mais de 30 milhões de brasileiros acompanharam o duelo da semifinal pela televisão

  • Por Thiago Uberreich
  • 17/06/2025 09h00 - Atualizado em 18/06/2025 09h39
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ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO O atacante da Seleção Brasileira, Pelé, disputa bola com jogador da seleção do Urugua Pelé disputa bola com jogador da seleção do Uruguai em jogo da Copa do Mundo de 1970

No “Memória da Pan”, destaco novamente um dos jogos mais marcantes e lembrados da campanha do tricampeonato, no México, em 1970. Depois da vitória da equipe de Zagallo contra o Peru, pelas quartas de final, os jornais passaram a falar sobre o duelo entre Brasil e Uruguai, uma revanche de 20 anos. Em 16 de julho de 1950, a “Celeste Olímpica” conquistou a Copa no Rio de Janeiro e em cima dos donos da casa. O troco viria duas décadas depois.  

A partida estava inicialmente prevista para o Estádio Azteca, na Cidade do México. Mas a Fifa confirmou o duelo para o Estádio Jalisco, em Guadalajara, e os uruguaios protestaram. O lateral Ancheta reclamava: “Foi uma injustiça conosco. Os brasileiros estavam praticamente em ‘casa’. Só saíram de Guadalajara para a final”. Apesar dos protestos, as duas seleções iriam brigar por uma vaga na decisão. 

Os jogadores brasileiros demonstraram nervosismo no início do duelo contra o Uruguai. Cubilla abriu o placar em uma falha de Félix. O jogador uruguaio chutou “de canela”, cruzado na área, enganando o goleiro brasileiro. Mas, aos poucos, os nervos foram se recompondo. O futebol brasileiro começou a se sobressair, e os adversários abusavam da violência. Como Gérson estava muito marcado, ele e Clodoaldo trocaram de posição, o que deu resultado. Clodoaldo empatou aos 45 do primeiro tempo, depois de um passe magistral de Tostão.

Na etapa final, a seleção, como de costume, subiu de produção. Jairzinho virou o jogo e Rivellino marcou o terceiro. Ainda teve o quase gol de Pelé que valeu por um gol. O Rei enganou Mazurkiewicz com um drible de corpo sensacional. A bola passou rente à trave direita. Festa em Guadalajara. A classificação estava garantida. O jogo contra o Uruguai foi exibido ao vivo, às 19h, e depois reprisado no fim da noite (23h30) daquela quarta-feira, dia 17 de junho.

No mesmo horário de Brasil e Uruguai, Itália e Alemanha travaram uma batalha histórica que só foi definida na prorrogação. A eleição feita por jornalistas que indicou a Copa de 1970 como a melhor da história, também apontou esse duelo como um dos mais sensacionais de todos os tempos. Boninsegna abriu o placar aos 8 minutos do primeiro tempo. A Alemanha empatou com Schnellinger aos 47 do segundo tempo.

A prorrogação foi de perder o fôlego, com cinco gols! Gerd Müller virou o jogo aos 5 minutos da etapa inicial. Aos 8, Burgnich empatou: 2 a 2. Riva colocou a Itália na frente aos 14 minutos. No segundo tempo da prorrogação, Gerd Müller aos 5, deixou tudo igual de novo: 3 a 3. Os italianos deram a saída e já partiram para o ataque. Rivera marcou o quarto gol.

Ouça agora, 55 anos depois, a íntegra da partida entre Brasil e Uruguai na transmissão da Rede Brasileira de Televisão. O primeiro tempo é narrado por Geraldo José de Almeida (Globo). Na etapa final, dois locutores da TV Tupi comandam a transmissão: Oduvaldo Cozzi e Walter Abrão.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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